“…Assim a peste foi mantida circunscrita ao perímetro do povoado. Tão eficaz foi a quarentena, que chegou o dia em que a situação de emergência foi considerada coisa natural, e organizou-se a vida e o trabalho retomou seu ritmo e ninguém tornou a se preocupar com o inútil costume de dormir (Márquez, 2014, p. 55grifos nossos) O diálogo entre o que é da matemática e o que é da literatura, buscando tensionar estas fronteiras, constrói o que Fux (2016) chama de "entrelugares", discussão esta ampliada e categorizada posteriormente por Montoito (2019). Nos "entrelugares" é possível a abertura de espaços para que os estudantes de ciências exatas, cujas dimensões empírica, lógica e racional são priorizadas durante a formação acadêmica, tenham, também, possibilidade de desenvolver suas dimensões imaginária, mítica e simbólica, visando a uma educação mais heurística do ser, que valorize a criatividade, rompa com normatizações e alargue os campos científicos de modo a construir conexões entre diferentes saberes (Almeida, 2006;Vergani, 2009).…”