OBJETIVO Identificar a prevalência e os fatores associados aos transtornos mentais comuns entre agricultores residentes em um município de médio porte no nordeste do Brasil, entre 2019 e 2020. MÉTODOS Entrevistadoras treinadas aplicaram o questionário padronizado em 450 participantes. Investigou-se características sociodemográficas, de saúde, renda e trabalho. O rastreamento dos transtornos mentais comuns foi realizado mediante a utilização do questionário SRQ-20 ( Self-Reporting Questionaire ), com o ponto de corte ≥ 7 para mulheres e ≥ 5 para homens. Foi aplicada a regressão de Poisson com estimação robusta para verificar as razões de prevalência na análise bivariada e multivariada. RESULTADOS A prevalência dos transtornos mentais comuns entre agricultores foi de 55,1% (IC95% 50,4–59,6). As variáveis que permaneceram significativas e associadas aos transtornos mentais comuns foram: ser do sexo masculino (RP = 1,7), ter mais de 60 anos (RP = 0,5), ter autoavaliação de saúde ruim ou muito ruim (RP = 1,4), ter realizado tratamento anterior para saúde mental (RP = 1,2), fazer uso abusivo do álcool (RP = 1,2) e ter tido perda de produção (RP = 1,3). CONCLUSÃO Esses resultados indicam que os transtornos mentais comuns estão associados a fatores individuais e do contexto de vida e trabalho dos agricultores, o que demonstra a importância do suporte social, econômico e dos serviços de saúde a esse grupo de trabalhadores.