Erosão E Recuperação De Praias Refletivas De Alta Energia Impactadas Por Ondas De Tempestade Geradas Por Ciclone Tropical

Abstract

Praias refletivas possuem como características principais estoque sedimentar emerso, alto gradiente da face de praia e zona de surfe estreita ou inexistente. Geralmente ocorrem em costas abrigadas, com baixa energia de ondas, entretanto, podem ocorrer em costas abertas, submetidas a alta energia, desde que os sedimentos tenham tamanho superior ao de areia média (>0,25 mm). Em decorrência da zona de surfe estreita ou inexistente, as ondas tendem a arrebentar direto na face de praia, induzindo em maior resposta erosiva que outros estados morfodinâmicos, quando submetidas a eventos de tempestade. Em abril de 2010, um ciclone tropical no Atlântico Sul ocasionou um evento de tempestade em que as ondas atingiram 4,7 m de altura significativa e 13 s de período, além de direção média de ESE/SE, que teria aumentado a exposição das praias do litoral centro-norte fluminense. O objetivo deste trabalho foi analisar os impactos provocados por essa tempestade e posterior recuperação natural, nas praias de Rio das Ostras e Mar do Norte - RJ, com características refletivas, submetidas à alta energia. A variação morfológica e volumétrica foi aferida a partir de perfis topográficos transversais à praia, antes, durante e após a tempestade. O comportamento de ambas as praias no período anterior a tempestade indica padrão rotacional e de oscilação de praia, onde os trechos sul tendem à acreção durante o verão e erosão durante o inverno, os trechos norte apresentam padrão de erosão/acreção inverso aos trechos sul, e, os trechos centrais da praia atuariam como centro pivotante. A tempestade ocasionou erosão média de 132 m3/m em Rio das Ostras e 42 m3/m em Mar do Norte, representando uma perda sedimentar de 63% e 22%, respectivamente. As taxas erosivas experimentadas nessa tempestade se comparam ao volume erodido pelo furacão Sandy, em New Jersey, onde as alturas de onda teriam sido cerca de 3 m superiores as alturas de ondas obtidas na tempestade analisada neste trabalho. A recuperação de todas as praias ocorreu de forma natural, onde boa parte do volume emerso existente no período anterior a tempestade foi recuperada no primeiro mês, entretanto, em alguns pontos de monitoramento a recuperação total levou cerca de 23 meses.

Morfodinâmica de praias estuarinas de baixa energia durante dragagem de aprofundamento do canal da Galheta, Paranaguá – PR

“…O cálculo do volume sedimentar seguiu o mesmo princípio utilizado por Birkemeier (1984), a qual deve ser calculada a área do trapézio a cada duas medições topográficas sequenciais, estabelecidas em campo (Figura 3A). De acordo com Oliveira Filho et al (2020) para calcular volume utilizando apenas dados de altimetria e distância, como no caso de perfis topográficos bidimensionais, a unidade estabelecida é o metro cúbico por metro (m³/m), que é obtido adicionando como medida de largura 1 m, permitindo a cubagem de sedimentos (Figura 3B). O volume total da seção transversal corresponderá a soma de todas as áreas obtidas de cada trapézio, que representará uma seção transversal à praia, com 1 m de largura.…”

Low-cost mapping of coastal geomorphology by remote sensing in Angels Cove, Arraial do Cabo, Brazil

“…COZANNET, et al, 2016;ATKINSON et al, 2018;WINCKLER et al, 2023). Another example is shown by Filho et al (2020) in a short-term condition, where the authors used depth measurements (bathymetry) of the surf zone to elaborate topographic profiles and evaluate the impacts and morphological changes (sedimentary volume) of the oceanic beaches in the state of Rio de Janeiro caused by the passage of a tropical cyclone.…”