ResumoO presente estudo objetiva contribuir para o entendimento dos processos de retrogradação da barreira arenosa e de formação de leques de arrombamento no setor oeste do litoral de Itaipuaçú (município de Maricá, estado do Rio de Janeiro). A metodologia consistiu de uma análise comparativa entre fotografias aéreas antigas (1970 a 1976) e imagens atuais; realização de perfil topográfico na restinga no local dos leques de arrombamento, utilizando-se o método proposto por Emery (1961); e mapeamento da linha de crista da restinga e dos leques de arrombamento com rastreador geodésico (DGPS). Os resultados indicam que a parte oeste do litoral de Itaipuaçú retrogradou cerca de 13 metros em 28 anos , o que pode ser constatado pela localização atual da praia em locais anteriormente ocupados pela vegetação típica de restinga. A restinga vem apresentando inúmeras alterações no período indicado: formação de leques de arrombamento, desaparecimento de dunas e da vegetação. Os processos relativos ao desenvolvimento dos leques de arrombamento são responsáveis pela retirada dos sedimentos da praia e sua redeposição na retaguarda da restinga. Tais mudanças têm resultado na destruição de construções erguidas em local impróprio por se desconsiderar a dinâmica característica deste ambiente.Palavras-chave: retrogradação, barreira arenosa, leques de arrombamento, Itaipuaçú, erosão. AbstractThis study aims to contribute to the understanding of processes related to the retrogradation of a sandy barrier and formation of washover fans in the west sector of the coast of Itaipuaçú (Maricá city, Rio de Janeiro state). The methodology consisted of comparison between old aerial photographs (1970 to 1976) with present-day images, realization of topographic profile of the sand barrier in the vicinities of the washover fans using method proposed by Emery (1961), and mapping of the barrier crest line and washover fans with DGPS. The results indicate that part of the west coast of Itaipuaçú retreated about 13 meters in 28 years , which can be seen by the current location of the beach in places previously occupied by vegetation typical of the sand barrier. The barrier has experienced numerous changes in this time interval: formation of washover fans, disappearance of dunes and vegetation. Processes related to the development of washover fans are responsible for the removal of sediment from the beach and its deposition on back of the barrier. These changes have resulted in the destruction of constructions located in inappropriate places that disregarded the dynamics of this environment.
Praias refletivas possuem como características principais estoque sedimentar emerso, alto gradiente da face de praia e zona de surfe estreita ou inexistente. Geralmente ocorrem em costas abrigadas, com baixa energia de ondas, entretanto, podem ocorrer em costas abertas, submetidas a alta energia, desde que os sedimentos tenham tamanho superior ao de areia média (>0,25 mm). Em decorrência da zona de surfe estreita ou inexistente, as ondas tendem a arrebentar direto na face de praia, induzindo em maior resposta erosiva que outros estados morfodinâmicos, quando submetidas a eventos de tempestade. Em abril de 2010, um ciclone tropical no Atlântico Sul ocasionou um evento de tempestade em que as ondas atingiram 4,7 m de altura significativa e 13 s de período, além de direção média de ESE/SE, que teria aumentado a exposição das praias do litoral centro-norte fluminense. O objetivo deste trabalho foi analisar os impactos provocados por essa tempestade e posterior recuperação natural, nas praias de Rio das Ostras e Mar do Norte - RJ, com características refletivas, submetidas à alta energia. A variação morfológica e volumétrica foi aferida a partir de perfis topográficos transversais à praia, antes, durante e após a tempestade. O comportamento de ambas as praias no período anterior a tempestade indica padrão rotacional e de oscilação de praia, onde os trechos sul tendem à acreção durante o verão e erosão durante o inverno, os trechos norte apresentam padrão de erosão/acreção inverso aos trechos sul, e, os trechos centrais da praia atuariam como centro pivotante. A tempestade ocasionou erosão média de 132 m3/m em Rio das Ostras e 42 m3/m em Mar do Norte, representando uma perda sedimentar de 63% e 22%, respectivamente. As taxas erosivas experimentadas nessa tempestade se comparam ao volume erodido pelo furacão Sandy, em New Jersey, onde as alturas de onda teriam sido cerca de 3 m superiores as alturas de ondas obtidas na tempestade analisada neste trabalho. A recuperação de todas as praias ocorreu de forma natural, onde boa parte do volume emerso existente no período anterior a tempestade foi recuperada no primeiro mês, entretanto, em alguns pontos de monitoramento a recuperação total levou cerca de 23 meses.
Os litorais são regiões dinâmicas onde agentes atmosféricos, continentais e marinhos interagem e nem sempre atuam em equilíbrio. Como resultado, processos de recuo, avanço e de estabilidade atuam na costa modificando sua morfologia ao longo do tempo. Neste contexto, o trabalho busca realizar o mapeamento e análise multitemporal dos processos de erosão e progradação observados nas praias de Atafona e Grussaí (São João da Barra – RJ, Brasil). A metodologia baseou-se na reunião de séries temporais de imagens dos últimos 65 anos e no uso do software ArcGIS 10.05. As linhas de costa foram vetorizadas e comparadas entre si permitindo extrair valores de área de ocorrência, taxa média de variação linear e velocidade média dos processos. Dados de ventos foram adquiridos junto a DHN a fim de auxiliar nas interpretações. Resultados mostraram dois setores com comportamento dinâmico distintos, um em Atafona, com tendência erosiva, e outro próximo à Grussaí com acreção sedimentar. A intensidade dos fenômenos classifica Atafona como praia sujeita a erosão extrema. Entre 1954-2019 a área erodida foi de 1.031.238,59 m² e a de progradação 687.147,77 m². A taxa média linear de erosão foi de 164 m (com máximo de 289 m), já a de progradação ficou em 166 m (máximo de 226 m). Cálculos de velocidade média dos processos indicam uma erosão de 2,54 m.ano-1 e progradação de 2,56 m.ano-1. A ocorrência simultânea de erosão ao norte e progradação mais ao sul reafirma a importância da deriva litorânea na evolução do litoral, transportando sedimentos de um setor para o outro. Análises de menores intervalos temporais mostraram que os processos não ocorrem de forma contínua e nem com a mesma intensidade ao longo do tempo. O padrão em dois setores com comportamento distintos é ocasionalmente alterado pelo predomínio de uma única dinâmica ao longo de toda a costa. A ocorrência de erosão estaria associada a um aumento da intensidade dos ventos do quadrante N-NE, com aumento da capacidade de transporte longitudinal na direção N-S. Já o predomínio da progradação estaria relacionado a intensificação de ventos de S-SE e inversão da deriva para a direção S-N. O detalhamento desta dinâmica permitiu a melhor compreensão dos processos atualmente em curso fornecendo informações importantes para o planejamento e gestão do litoral.
O trabalho consiste na apresentação dos resultados preliminares obtidos no processo de mapeamento cartográfico destinado à avaliação da erosão costeira observada na praia de Atafona, município de São João da Barra - RJ, como requisito para o monitoramento espaço-temporal do fenômeno. Tem-se o registro que desde 1975 há erosão na parte sul da foz do rio Paraíba do Sul, onde já foram destruídas até hoje 183 construções, distribuídas em 14 quadras e a população local, em função de perdas imobiliárias tem sido diretamente afetada com o fenômeno. Tal trabalho é desdobramento de projeto de pesquisa na área de oceanografia geológica. Foram utilizadas fontes variadas de dados cartográficos que compõem um acervo de imagens de satélites do sistema SPOT e do sistema LANDSAT7 ETM+ para as seguintes datas de aquisição: 14/07/1997, 29/08/1999 e 17/07/2001. Estão sendo utilizadas também fotografias aéreas para as seguintes épocas: 1954, 1957, 1964, 1966, 1974, 1976 e 2000. A dinâmica da falésia está sendo monitorada por meio de posicionamento geodésico da linha d'água através do sistema GPS, tendo como apoio computacional o sistema SPRING4.0, para a geração de um banco de dados espaciais, onde estão sendo produzidos mapas temáticos digitais indicativos de aspectos de configuração espacial da erosão.
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