ResumoObjetivo: Determinar, pela primeira vez, em uma amostra ambulatorial brasileira, o impacto dos diagnósticos psiquiátricos sobre os sintomas da menopausa presentes no índice de menopausa de Blatt-Kupperman (B-K). Métodos: Avaliamos consecutivamente, através do instrumento diagnóstico estruturado MINI 4.4 e da entrevista psiquiátrica tradicional, mulheres (n = 86) em atendimento no ambulatório de menopausa do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. As pacientes incluídas no estudo (n = 48) foram avaliadas pela escala B-K até 6 meses antes ou depois da entrevista pelo MINI e divididas em dois grupos: o grupo com algum transtorno depressivo-ansioso (GTDA) (n = 26) e o grupo-controle (GC) (n = 22). Resultados: O GTDA apresentou uma pontuação significativamente maior do que o GC na escala de B-K (22,6 versus 13,7). Entre os sintomas significativamente mais intensos no GTDA estão parestesia e melancolia. Além disso, observamos que as pacientes do GTDA queixavam-se de um maior número de sintomas do que as pacientes do GC (6,8 vs. 4,8). Entre os sintomas significativamente mais relatados no GTDA, estão parestesia, fraqueza e melancolia. Conclusão: Apesar da limitação da pequena amostra, pudemos observar o significativo viés dos transtornos depressivos e ansiosos sobre as pacientes em tratamento por queixas referentes à menopausa. Por esse motivo, o perfil sintomático de cada paciente deve ser sempre observado, evitando o ginecologista basear-se na intensidade global dos sintomas do B-K para decidir sobre o tratamento. Descritores: Depressão, ansiedade, menopausa, índice de Blatt-Kupperman.
AbstractObjective: To establish for the first time in a Brazilian outpatient sample the impact of depressive and anxiety disorders over the symptoms of the Blatt-Kupperman menopausal index (B-K). Methods: Women (n = 86) receiving care in the menopause clinic at Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro were consecutively assessed using a structured diagnostic instrument (MINI 4.4) and a traditional psychiatric interview. Patients included in the study (n = 48) were assessed using the B-K scale within 6 months before or after the MINI. The total sample was divided into the anxiety and depressive disorder group (GTDA) (n = 26) and the control group (CG) (n = 22). Results: B-K total scores were greater in the GTDA comparing with the CG (22.6 vs. 13.7). Paresthesia and melancholia were significantly more severe in the GTDA. GTDA patients also complained of a greater number of symptoms (6.8 vs. 4.8) than the GC. Paresthesia, weakness and melancholia were significantly more present in the GTDA. Conclusion: Although the small sample limitation we could observe a great bias of depressive and anxiety disorders over menopause outpatients. For that reason, the symptomatic profile of each patient must always be observed by the gynecologist, avoiding exclusive observation of B-K total score to decide about the treatment.