“…Itapuã significa "pedra que ronca", e, na tradição popular, conta-se que existe uma sereia na pedra de Itapuã, pois é uma história que ganhou notável importância para a cultura negra, considerando que a sereia tem o simbolismo de Iemanjá, cuja tamboralidade do orixá foi percebida no processo literomusical da africanidade da canção "Itapuã", de Dorival Caymmi: Diante disso, Firmino ultrapassa as pedras que roncam e segue com o seu ideal de libertação, contrariando de forma dialética o tradicionalismo dos pescadores que não conseguem mudar a realidade em razão dos elementos de possibilidades fatalísticas, que geralmente impregnam a demanda religiosa. Assim, na realização, Rocha constrói com criatividade a pobreza dos pescadores, vestindo-os apenas de calção, enquanto Firmino é vestido de paletó branco, exibindo um status que, na realidade, não condiz com a sua condição financeira, quando não ganha dinheiro suficiente para comprar roupas, sendo lumpemproletariado, com seu perfil de malandro, que vive de expedientes nos grandes centros (PRUDENTE, 2002;COSTA, 2020). Mas, assim mesmo, Firmino tem o pensamento utópico, buscando mudar a alienação dos pescadores, que permitem no costume a imposição da opressão.…”