Em tempos de grande avanço tecnológico e retrocessos no que se refere a aspectos humanos, o “Homo” descrito pela Biologia como “Sapiens” evolui para “Homo Maquinizado”. Essa nova configuração do homem regida pela Ciência, Tecnologia, Capitalismo e Globalização se reflete num novo paradoxo humano: a supervalorização da economia em detrimento da vida, impactando nas relações/configurações do viver. Dessa forma, o presente ensaio tem como objetivo fazer uma análise crítica do livro “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley, que discute a relação homem que cria um sistema, e, que, quando atravessado pela sua criação, torna-se seu próprio produto no ciclo de se produzir. O livro “Admirável Mundo Novo” trata-se de uma parábola que romantiza a desumanização dos seres humanos. Identifica-se que, desde a sua primeira publicação em 1932, o mundo afundou-se a passos tão largos em direção errada semeando o mercantilismo da vida e a cultura da competitividade que corrói a sociabilidade e destrói os sentimentos intrínsecos da sociedade humana que, se o autor escrevesse hoje a mesma obra, a ficção não estaria a seiscentos anos do presente. E a consequência da liberdade, ou melhor, da simples humanidade, teria se revelado desumana.