http://dx.doi.org/10.5007/1984-8412.2017v14n1p1808Apresenta-se, neste artigo, uma reflexão acerca dos processos de subjetivação inscritos na prática testemunhal, a partir do exame de fotografias que compõe o “Projeto 1:4 retratos da violência obstétrica” e posts que o divulgam no Facebook. Por meio de uma abordagem discursiva, são analisadas as posições subjetivas inscritas neste material, voltando a atenção para as formas com as quais a violência é simbolizada na materialidade da língua e do discurso, produzindo um dizer político de denúncia da agressão e do abuso médicos. Na composição material tecida entre imagem e palavra, formulada no ensaio fotográfico, o testemunho se reveste de uma força performativa que acompanha os processos de transformação e deslocamento ideológicos, produzindo possibilidades de identificação para as mulheres em contraposição aos sentidos de naturalização da violência de gênero estrutural à sociedade patriarcal.