Como resposta a emergência da discussão da religiosidade pentecostal no Brasil contemporâneo, o trabalho que se segue nasce como uma tentativa de contribuir para a formulação de uma resposta a este fato colocado a partir da solução da seguinte questão: Quais os instrumentos são utilizados para produção do território religioso no espaço geográfico de uma realidade local? Para tal, foi desenvolvido um procedimento metodológico que partiu de uma porção espacial delimitável que reflete a desigualdade socioespacial brasileira em certa medida como o estudo de caso ao qual esse trabalho se propõe a discutir: o Residencial Vista Bela, no município de Londrina (PR). Traçando uma linha de partida no início do século XX, é possível atestar que o surgimento do pentecostalismo atendeu uma condição histórica de exclusão social. O residencial localiza-se na porção noroeste do perímetro urbano de Londrina, no bairro Perobinha. Trata-se de uma região pouquíssimo ocupada, geralmente por chácaras e alguns lotes vazios destinados a expansão industrial do município. Além disso, a distância da mancha urbana gerou inúmeros problemas para a região como a lotação de escolas e unidades básicas de saúde que começaram a receber ônibus com os novos habitantes como medida mitigatória do governo municipal na época da entrega das primeiras moradias. Com um importante papel socializador, educativo e muitas vezes mitigador de problemas sociais, econômicos e políticos que envolvem a convivência local, a instituição religiosa imprime estas marcas em sua forma de culto, o que foi identificado ao longo da pesquisa que se segue.