Essa investigação teve como objetivo conhecer as trajetórias de travestis de uma região de Mato Grosso. Trata-se de um estudo exploratório e qualitativo. A coleta dos dados foi realizada de forma individual e áudio-gravada, por entrevista semiestruturada, com roteiro pré-testado, elaborado pelos próprios pesquisadores, contendo questões fechadas (aspectos sociodemográficos) e questões abertas (aspectos sobre saúde, hábitos sexuais, estilos de vida e vivências de travestis). A análise ocorreu sob a luz das três dimensões da Teoria do Reconhecimento Social. Verificou-se que a trajetória dessas travestis é marcada pela vivência de rompimentos e conflitos em espaços familiares, educacionais e profissionais. Apontam também, dificuldades no processo de transição, casamento, adoção e uso do nome social. Esses aspectos, influenciam as percepções de autoconfiança, autorrespeito e autoestima, que compõem as dimensões do reconhecimento social. Esse cenário urge a necessidade de ações que acolham e assistam as travestis, com a finalidade de promover e garantir a continuidade do acesso aos direitos e reconhecimento social.