RESUMOOBJETIVO. Estudar aspectos funcionais e morfológicos do pólo inferior do baço de ratos tratados ou não com oxigênio hiperbárico no pós-operatório. MÉTODOS. Foram operados 79 ratos, Wistar, pesando 248,7g ± 27 , distribuídos em dois grupos: A -Simulação (n= 40), B -pólo inferior (n=39), e divididos em dois subgrupos: 11 e 70 dias. Cada subgrupo foi subdividido em não tratado com oxigênio hiperbárico (nt) (A11nt-n=10, B11 nt-n= 13, A70nt-n= 10, B70nt-n= 9) e tratado (t); A11t-n=10, B11t-n=9, A70 t-n= 10, B70t-n= 8). Foram dosados os lípides e imunoglobulinas e contadas as plaquetas e os corpúsculos de HowellJolly no pré e no pós-operatório. O baço e o pólo inferior foram retirados para histologia. RESULTADOS. Houve aumento do colesterol total (p=0,002), VLDL-colesterol e triglicérides (p= 0,003), da 013)
INTRODUÇÃOA esplenectomia total pode provocar complicações no transoperatório e no pós-operatório 1 . Dessas, a mais preocupante é a infecção fulminante que foi relatada por King e Schumaker Jr 2 e foi recentemente revista 3 . As complicações infecciosas, após a retirada do baço, foram também observadas em animais de experimentação 4,5 . As alterações no metabolismo lipídico têm sido relatadas após esplenectomia total tanto em seres humanos 6 quanto em animais de experimentação 7-11 e podem causar aterosclerose 7 . Por essas razões têm sido valorizadas as operações conservadoras sobre o baço que compreendem as oclusões vasculares [12][13][14][15][16] , esplenorrafias 17 , esplenectomias parciais 18-20 e os auto-implantes 21,22 . Dessas, a mais recentemente descrita, em cães, foi a esplenectomia subtotal com preservação do pólo inferior, mesmo com a ligadura dos vasos esplênicos principais 23 . Nessa operação, observou-se aumento significante do colesterol e da fração LDL no pós-operatório mediato, e sugeriu-se a possibilidade de isquemia do pólo inferior remanescente. Por esse motivo, seria interessante utilizar um método para combater a isquemia e, possivelmente, melhorar a função do pólo inferior, no pós-operatório mediato.A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) é um método terapêutico no qual o indivíduo é submetido à inalação intermitente de oxigênio (O 2 ) a 100%, a uma pressão maior que a atmosférica, no interior de uma câmara hiperbárica 24 . Essa modalidade terapêutica tem sido utilizada no tratamento de várias doenças. No Brasil, a Resolução CFM 1457/95 do Conselho Federal de Medicina regulamentou seu uso nas seguintes indicações: embolia gasosa, embolia traumática pelo ar, envenenamento por monóxido de carbono, gangrena gasosa clostridiana, doença de Fournier, isquemias agudas traumáticas, queimaduras térmicas ou elé-tricas, lesões por irradiação, osteomielite, retalhos ou enxertos comprometidos ou de risco. No nível experimental demonstrou-se que a OHB tem efeito angiogênico 25,26 , estimula a formação de circulação colateral 27 , aumenta o conteúdo arterial de oxigênio e a elasticidade dos glóbulos vermelhos 28 , acelera a cicatrização do baço após a ligadura simultânea da artéria e veia esplênicas...