RESUMO Neste artigo, são analisadas as visões da sociedade sobre a pessoa com deficiência, tomando- se como sujeito e objeto da pesquisa a trajetória profissional e acadêmica, os enfrentamentos, as tomadas de consciência e decisão, os espaços e lugares ocupados, as oportunidades de docência, bem como a produção científica realizada pelo professor e escritor Paulo Ricardo Ross. Quando uma pessoa com cegueira congênita torna-se professor titular, pode oferecer subsídios para compreender as mudanças históricas sobre como as famílias, a escola e as políticas vêm educando e respeitando as crianças, os jovens, os idosos, as mulheres, as pessoas com diversidade racial, de gênero, de origem social e de crença. A trajetória do sujeito revela os aprendizados, os princípios e pressupostos construídos, as barreiras superadas, atuando para encorajar as pessoas, mobilizar as organizações, orientar os pesquisadores, formular novas políticas, estimulando a participação social, subsidiando os tomadores de decisão. Pequenas conquistas não resultaram apenas na alegria no corpo do Ross, mas se converteram em força gigantesca, que o fez persistir sempre, criando um sujeito dedicado a estudar todos os dias para ser melhor professor e contribuir para a formação e a dignificação do outro. As exigências de competitividade, a meritocracia, as diferentes formas de violência simbólica, os padrões de produtividade ainda se confrontam com os discursos da inclusão social, a diversidade, o direito à dignidade humana e a defesa da liberdade.