Estudo Crítico Sobre Utilização De Fitoterápicos Por Praticantes De Exercício Físico Em Academias De Musculação

Abstract

Ao se considerar a crescente demanda da utilização de fitoterápicos em academias de musculação, realizou-se o trabalho com o objetivo de avaliar o distanciamento do sistema formal de saúde e os riscos causados pela utilização indiscriminada de tais drogas no contexto das academias de musculação. Foram aplicados formulários estruturados aos praticantes de atividades físicas, selecionados aleatoriamente, matriculados em duas academias da cidade de Juiz de Fora. A partir dos dados adquiridos, realizou-se pesquisa com base na literatura científica para comprovar a eficácia e toxidez dos fitoterápicos referidos. Foi evidenciado que o uso de fitoterápicos com propósitos ergogênicos, tem como principal objetivo o emagrecimento, e constatou-se, por validação farmacológica baseado em literatura científica, que em 89% das vezes esse uso está sendo feito para a finalidade correta, no entanto está configurado como de alto risco para a saúde, por não respeitar as individualidades de cada paciente. Estes usos também não vêm sendo respaldados de maneira qualificada por um profissional de saúde competente. Sendo assim, a inserção do conhecimento científico no saber popular poderia possibilitar o uso terapêutico dessas plantas com maior segurança, qualidade e eficácia.

A relevância da educação para a saúde coletiva

“…a melhora da performance, aumento de massa muscular e redução da fadiga durante os treinos (CONDE et al, 2015).…”

Uso de fitoterápicos: aplicações no desempenho esportivo / Use of herbal medicine: applications on sports performance

“…Os fitoterápicos estão sendo cada vez mais procurados e utilizados pelos praticantes de atividade física como uma alternativa ergogênica mais natural e segura do que os suplementos sintéticos, já que os fabricantes desses medicamentos à base de plantas divulgam diversos benefícios para a prática esportiva, como a redução de fadiga, aumento de desempenho, hipertrofia muscular e maior queima de gordura durante os treinos (SOUZA, 2014). De acordo com a pesquisa realizada por Conde et al (2015), observa-se uma alta demanda na busca e uso de fitoterápicos pelos usuários de academias, evidenciando assim a necessidade de profissionais capacitados para sua prescrição de forma segura, com bases cientificas comprovadas e dosagem adequada para cada indivíduo e objetivo.…”

“…Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.1, p. 5958-5977 jan. 2022. ofensivos à saúde, e que por isso, acabam sendo usados sem a prescrição e acompanhamento profissional adequado (CONDE et al, 2015).…”

“…Porém, um dos efeitos mais procurados pelos praticantes de atividade física é a capacidade destes na melhora do desempenho físico e no aumento da massa muscular. Os fitoterápicos mais citados na literatura com esses benefícios, bem como os que possuem maior consumo entre esse público desportista são: Tribulus terrestris, Rhodiola rósea, Camellia sinensis, Curcuma longa e Prunus cerasus (CONDE et al, 2015;VIEIRA et al, 2018).…”

“…Entre as diversas plantas medicinais, a Curcuma longa L., também conhecida como açafrão-da-terra, se destaca no mercado de fitoterápicos, pois apresenta compostos ativos que aprimoram o desempenho dos atletas(CAMARGO e PEREIRA, 2013). Por ser um fitoterápico com atividade antioxidante, sua suplementação apresenta inúmeros benefícios, como diminuição dos marcadores fisiológicos de dano ao músculo, ocorrendo assim uma melhora na recuperação muscular pós-treino, como também redução do processo de fadiga, aumentando o rendimento durante os treinos(MYBURGH, 2014).Uma das plantas que normalmente é vinculada, e altamente consumida por praticantes de exercício físico, prometendo aumento de massa magra e melhoria do desempenho esportivo é o Tribulus terrestis, fitoterápico que apresentou maior consumo em uma pesquisa em academias, em que 60 dos 100 usuários entrevistados relataram consumir ou já ter consumido a planta afim de aumento de força e hipertrofia(CONDE et al, 2015). Um estudo com o T. terrestris mostrou evidências no aumento da concentração plasmática dos níveis de testosterona, fator que pode contribuir na otimização da hipertrofia muscular(KOVAC et al, 2015), contudo, o impacto desse fitoterápico ainda é duvidoso, já que não apresenta na literatura suas propriedades e efeitos totalmente definidos a esse público desportista (QURESHI, NAUGHTON e ETROCZI, 2014; MA, GUO e WANG, 2017).…”