Etnomatemática e educação escolar indígena: ensino por meio de uma atividade piscatória

Abstract

Este trabalho envolve a cultura da etnia Paiter Suruí e o ensino na escola indígena. Utilizamos como metodologia de pesquisa a observação participante, com características etnográficas, em uma prática piscatória tradicional, rodas de conversa e entrevistas com professores indígenas. O objetivo foi mostrar conexões de conteúdos curriculares da educação escolar indígena com essa prática cultural da etnia. Baseando-nos no Programa Etnomatemática, identificamos diferentes atividades que são realizadas para os conteúdos escolares, com os conhecimentos cotidianos, que empoderam o professor e seus alunos cultural, social, política e afetivamente. Constatamos, por meio de relatos de professores indígenas, que a prática cultural observada é utilizada no ensino das disciplinas Matemática, Língua Materna e Cultura Indígena.

Etnomatemáticas indígenas: saberes e fazeres matemáticos nos escritos de egressos de licenciatura intercultural na região Norte do Brasil

“…Em Mattos, Mattos e Suruí (2020), vemos esse elo, com os Paiter Suruí de Rondônia e Mato Grosso, que utilizam o conhecimento cultural de uma atividade cotidiana, na escola. Da mesma forma, elementos etnomatemáticos são trazidos por Mattos (2020), em uma pesquisa sobre as ticas de matema na cultura indígena Wajãpi, que relata a forma de medir e inferir dos indígenas Wajãpi, assim como outros povos que utilizam o corpo como um instrumento de medição. O autor correlaciona corpo e formas de medidas lineares, enfatizando que o professor indígena deve relacionar elementos da educação indígena aos conteúdos escolares e vice-versa, respaldado no Programa Etnomatemática.…”