A inclusão em educação não se restringe à visão multifacetada da deficiência. Ela se constitui na dialética exclusão/inclusão, fazendo-se parte constitutiva da exclusão. Sabe-se que a antinomia exclusão/inclusão significa o direito à satisfação das necessidades básicas de aprendizagem, a eliminação das barreiras à aprendizagem e a participação de todos no sistema educativo. Entende-se que isso só ocorrerá quando direcionar-se o pensamento para o desenvolvimento de culturas, para a construção de políticas e para a orquestração de práticas inclusivas. Essas três dimensões são necessárias ao (des)envolvimento inclusivo dentro de qualquer escola que pretenda tornar-se inclusiva. O objetivo desse trabalho é mostrar a necessidade de discutir acerca da relação exclusão/inclusão, das diferenças vistas como a especificidade do ser humano e da afetividade, aspecto imprescindível para a aprendizagem. A gestão da afetividade positiva predispõe a ação e a reação em diferentes situações, fazendo com que o aluno "sinta" a aprendizagem, despertando o interesse em aprender e, assim, eliminando o fracasso escolar nas crianças de classes populares. Consequentemente, a tríade afetividade - aprendizagem - inclusão é vital para o processo educativo. Esse trabalho foi concretizado em 2009, em estudos realizados no grupo Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio à Participação e à Diversidade em Educação - LaPEADE/UFRJ, e tem relação com o período das obras teóricas consultadas e o tema desenvolvido.
Este trabalho envolve a cultura da etnia Paiter Suruí e o ensino na escola indígena. Utilizamos como metodologia de pesquisa a observação participante, com características etnográficas, em uma prática piscatória tradicional, rodas de conversa e entrevistas com professores indígenas. O objetivo foi mostrar conexões de conteúdos curriculares da educação escolar indígena com essa prática cultural da etnia. Baseando-nos no Programa Etnomatemática, identificamos diferentes atividades que são realizadas para os conteúdos escolares, com os conhecimentos cotidianos, que empoderam o professor e seus alunos cultural, social, política e afetivamente. Constatamos, por meio de relatos de professores indígenas, que a prática cultural observada é utilizada no ensino das disciplinas Matemática, Língua Materna e Cultura Indígena.
Esse artigo tem como objetivo apresentar práticas docentes inovadoras e insurgentes que buscaram, na interdisciplinaridade e na constextualização dos saberes por intermédio dos alunos, transgridir o que está posto. Essas práticas foram desenvolvidas com a implantação do Projeto “Espaço Horta na Escola”, visando modificar o olhar da comunidade escolar a respeito do trabalho desenvolvido na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Cora Coralina, Cacoal – RO, Brasil. Adotamos como metodologia a observação participante e a realização de rodas de conversas para produzir os dados. Nessa perspectiva, a observação das práticas docentes inovadoras e insurgentes, que foram assim caracterizadas por demonstrarem ações originais ou não, mas que incorporaram renovação à intenção docente, são um caminho para ultrapassar o que está instituído nas salas de aula. Apontamentos que existem desafios, mas que podem ser superados quando são utilizadas estratégias de ensino e de aprendizagem diversificadas, promovendo práticas eficazes e significativas.
O presente artigo tem como objetivo apresentar práticas docentes inovadoras que transgridem o status quo como maneiras de propiciar o ensino remoto híbrido, favorecendo a aprendizagem e possibilitando nenhum estudante a menos nesse novo fazer aulas em época de pandemia. Essas práticas inovadoras envolvem o encontro cultural com suas variadas possibilidades para promover o ensino e a aprendizagem significativa dos estudantes. Na atual realidade brasileira, em que se acirram as distorções socioeconômicas e culturais, é urgente caminhar pela decolonialidade como aspecto para a insurgência, resistência e reexistência. O caminho teórico teve base nos estudos sobre práticas decoloniais de Mattos (2020a, 2020b), Mattos e Mattos (2019) e decolonialidade na visão de Walsh (2013, 2017), bem como o conceito de ensino remoto de Valente (2014) e Motin et al. (2020) e híbrido de Moran (2013) e Bacich e Moran (2015). A pesquisa está baseada em relatos de experiências que contribuem com a discussão sobre o ensino remoto híbrido, revelando enfrentamentos e dificuldades, coletados em memorial descritivo, elaborados por professores de diferentes áreas, no resgate das experiências com esse tipo de ensino. A conclusão direciona para práticas docentes decoloniais como um dos caminhos para modificar o status quo, ousando por práticas inovadoras emergenciais. Aponta, ainda, que nem todas as práticas pedagógicas desenvolvidas no ensino remoto híbrido são exitosas, mas são percursos de incerteza e de superação.
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