telmoa@unisinos.br 1 Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Av. Unisinos, 950, Cristo Rei, São Leopoldo, RS, Brasil. Resumo. Frente à crise do modo de produção capitalista, não desvinculado de heranças históricas nefastas da colonização e da colonialidade que hoje persistem, tende a universalizar-se o polo marginal da economia que amplia as contradições nas sociedades latino-americanas. Os setores da classe trabalhadora já excluídos ou em processo de exclusão são levados à submissão às formas perversas de exploração, seja assumindo estraté-gias de sobrevivência dentro da mesma lógica e mecanismos capitalistas, ou (re)criando práticas de reciprocidade ou de trabalho associado/cooperativado, sem contudo conseguir romper com os mecanismos da lógica capitalista. Problematizase a questão na perspectiva da (des)colonialidade com autores como Dussel, Quijano, Mignolo, Santos e outros. Neste contexto, analisam-se as experiências de economia solidária que se multiplicam como formas de resistência, de (re)invenção de outro paradigma de desenvolvimento, outro modo de vida individual e social onde se destaca a busca dos princípios educativos e de organização do trabalho autogestionário. Conclui-se que, apesar de sua fragilidade, articuladas com uma gama de movimentos sociais emancipadores, essas experiências podem contribuir para retomar um projeto integral de vida em sociedade, fortalecendo a utopia de uma sociedade radicalmente democrática e participativa, libertada da colonialidade.Palavras-chave: economia solidária, trabalho autogestionário, colonialidade, emancipação.Abstract. The marginal pole of the economy, which amplifi es the contradictions in Latin American societies, tends to be universalized when faced with the crisis in the capitalist production system, which is not disconnected from the fatal historic heritage of colonization and coloniality persisting even today. The workers' sectors that are already excluded or in the process of exclusion are subject to perverse forms of exploitation, and they either adopt survival strategies inside the same capitalist logic and mechanisms or by (re)create practices of reciprocity or associate/cooperative work, without, however, being able to break with capitalist mechanisms. These issues are problematized in the light of the perspective of (de)coloniality through a discussion of authors such as Dussel, Quijano, Mignolo, Santos and others. In this context the article analyzes the experiments of solidarity economy as forms of resistance, (re)invention of a new paradigm for development, a diff erent individual and social lifestyle which aims at self-managed educational principles and work organization. It concludes that, in spite of their vulnerability, when articulated with emancipatory social movements, these experiments can contribute to the recovery of an integral project of life in society, strengthening the utopia of a radically democratic and participative society, free from coloniality.