A cinomose é uma enfermidade infectocontagiosa e sistêmica, causada por um vírus da família Paramyxoviridae, do gênero Morbilivírus, que acomete principalmente cães. Sua transmissão pode ocorrer por contato direto e indireto, através de alimentos, aerossóis ou objetos contaminados com secreções contendo o vírus. Comumente, a doença acomete cães jovens e adultos, sem uma predileção racial e sexual. O vírus pode afetar concomitantemente os sistemas respiratório, gastrointestinal, cutâneo e neurológico causando sinais clínicos variáveis, sendo observado com frequência: febre, secreção conjuntival, tosse, pústulas abdominais, secreção nasal purulenta, diarreia muco sanguinolenta, podendo deixar sequelas e reduzindo a qualidade de vida ou até, na maioria dos casos, causar a morte dos animais. A manifestação neurológica da doença é considerada a mais grave e preocupante, pois ocorre a replicação do vírus nos neurônios e nas células da glia, podendo causar necrose na substância cinzenta e também desmielinização na substância branca do cérebro. Ainda não existe um tratamento específico contra o vírus da cinomose, apenas protocolos terapêuticos empregados para o tratamento sintomático e de suporte, sendo de extrema importância a realização de medidas de imunoprofilaxia para prevenção. Frente ao exposto, o presente estudo teve o objetivo de realizar um levantamento bibliográfico à respeito da cinomose em cães, enfatizando a ação do vírus sobre o sistema neurológico na espécie.