O objetivo deste trabalho foi conhecer e descrever a bioecologia do Centropomus undecimalis (Bloch, 1792), quanto a sua nomenclatura local, hábitat, alimentação, reprodução e migração, a partir do conhecimento dos atores da pesca, bem como, traçar o perfil socioeconômico desses trabalhadores. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas junto aos pescadores, mestres e donos de embarcações, entre março e maio de 2019 no município de Bragança, por meio da técnica snowball. Os dados foram tabulados e analisados em planilhas eletrônicas dos Software Microsoft Office Excel, Past e IRAMUTEQ. O perfil socioeconômico dos atores da pesca foi similar em relação a idade, escolaridade, tempo na pesca e renda, exceto o último, que variou significativamente em função da ocupação/profissão. Essa espécie é conhecida localmente como camurim, robalo e camurim-preto. Sendo encontrado ao longo do litoral amazônico brasileiro, distribuído em 20 etno-habitats. Destes, 49,1% encontram-se no ambiente costeiro/marinho, 47,1% no estuarino e 3,8% no dulcícola. Alimentam-se, preferencialmente de peixes, seguido de crustáceos e insetos. Essa espécie reproduz ao longo do ano, porém, com maior frequência entre os meses de junho e dezembro (período de transição chuvoso-seco e período seco). A migração ocorre em função da sazonalidade local, fase de vida e habitat, influenciando na alimentação, reprodução e crescimento. Os resultados apresentados, a partir de uma perspectiva integrada de conhecimentos, pode ser peça chave no ponto de partida para o manejo e conservação dessa espécie no litoral amazônico brasileiro.