“…Aprofundando o estudo sobre relações objetais no contexto do acolhimento familiar, Kuabara et al asseveram que "a criança e adolescente acolhido procura na mãe acolhedora aquilo que não obteve em sua relação objetal com a mãe biológica". Assim, disponibilidade e dedicação afetiva na família acolhedora são essenciais para o desenvolvimento e para superação do abandono da família de origem: 2006) o oferecimento de abrigos em modalidades menores, como pequenos grupos, casas-lares e casas de passagem, como forma de mitigar as consequências danosas que a vida em grandes abrigos provoca no desenvolvimento de crianças e adolescentes, por terem se revelado incompatíveis com o atendimento individualizado da criança e do adolescente, "sobretudo no que se refere ao refazimento de seus laços familiares", os achados de Acioli et al (2019) e de Lemos et al (2014) dão conta que esse almejado horizonte ainda está distante da realidade dos abrigos institucionais, pois apontam, em síntese, que a condição de acolhimento pode trazer prejuízos ao desenvolvimento psicossocial, ao sentimento de pertencimento, à autoestima, ao desenvolvimento da autonomia e está associada, ainda, ao baixo desempenho escolar e alto índice de repetência. Cassarino-Perez et al (2018) acrescentam, ainda, a dificuldade dos adolescentes no processo de transição para a vida adulta, quando enfrentam a "ambiguidade entre o medo de deixar a instituição e o desejo de liberdade", "o preconceito da sociedade" e "as necessidades individuais dos jovens".…”