A adolescência é considerada uma etapa do ciclo vital na qual há maior vulnerabilidade para exposição à violência tanto direta (ser a própria vítima), quanto indireta (ser testemunha ou ouvir falar). Este estudo investigou a exposição à violência direta e indireta (variáveis dependentes), assim como variáveis independentes associadas (sexo, faixa etária, reprovação escolar e configuração familiar), em 426 adolescentes de 12 a 18 anos estudantes de escolas públicas da cidade de Porto Alegre, no Brasil. Foi utilizada uma ficha de dados sociodemográficos e o instrumento "Triagem da exposição de crianças à violência na comunidade". Análises descritivas e inferenciais (testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis) indicaram que 65% dos participantes foram expostos a, pelo menos, um episódio de violência direta, enquanto 97% foram expostos à violência indireta; que ambas as exposições foram mais frequentes em adolescentes de 16 a 18 anos (p<0,001) e que apresentaram reprovação escolar (p<0,02). Destaca-se a necessidade de novos estudos que investiguem fatores associados à violência indireta e o impacto deste tipo de exposição no desenvolvimento, além de políticas públicas de prevenção e intervenção na área da violência infanto-juvenil. Palavras-chave: Adolescência, exposição à violência, vítima, testemunha.
Prevalencia de exposición a violencia directa e indirecta: un estudio con adolescentes de colegios públicosResumen La adolescencia es considerada una etapa del ciclo vital en la que existe mayor vulnerabilidad a la exposición a violencia directa (ser víctima) e indirecta (ser testigo o escuchar acerca de actos violentos). En el presente estudio se investigó la exposición a la violencia directa e indirecta (variables dependientes) en relación con variables asociadas como sexo, edad, reprobación escolar y configuración familiar, en 426 adolescentes de entre 12 y 18 años de edad, estudiantes de colegios públicos de la ciudad de Porto Alegre, Brasil. Se utilizó un cuestionario de datos sociodemográficos y el instrumento "Triagem da exposição de crianças à violência na comunidade" (Evaluación de la exposición de niños a la violencia en la comunidad). Se llevaron a cabo análisis descriptivos e inferenciales (test de Mann-Whitney y Kruskall Wallis), los cuales mostraron que 65% de los participantes estuvieron expuestos por lo menos una vez a un episodio de violencia directa, y 97% a violencia indirecta; ambas exposiciones fueron más frecuentes en adolescentes de 16 a 18 años (p < .001) que presentaban fracaso escolar (p < .002). Se destaca la necesidad de realizar nuevos estudios en los que se investiguen factores asociados a la violencia indirecta y el impacto de este tipo de exposición en el desarrollo y en las políticas públicas de prevención e intervención en el área de la violencia infantil y juvenil. Palabras clave: adolescencia, exposición a violencia, victima, testigo.