Resumo: Este texto busca analisar o discurso sobre a mulher na Antiguidade, levando em conta dois universos distintos: primeiro, sob o prisma de Aristófanes com seu discurso cômico; segundo, sob o prisma de Platão com a ideia da guardiã na República. Ambos os discursos buscam expressar o universo feminino na Antiguidade, um utiliza a caricatura outro a excepcionalidade de posição. Porém, percebemos que nos dois discursos há a possibilidade de atuação de poderes femininos paralelos ao poder legislativo efetivo. Tecemos notas sobre a comédia aristofânica, uma forma literária que também poderá ser compreendida como um modo de revelar redes sociais informais entre as mulheres, bem como suas possibilidades de associação. O ideal de mulher pura e submissa expresso nos discursos legislativos da Antiguidade contrastam com o caricato apresentado por Aristófanes e pela construção da guardiã em Platão. Tais discursos demonstram que elas tinham mais liberdade do que transparecem os textos legislativos da época, fazendo-nos recolocar as questões da diferença entre a vida do discurso e a vida cotidiana. Palavras-chave: mulher; Aristófanes; Platão.
Abstract:This text intends to analyze the discourse on women in antiquity, taking into account two different universes: first, through the prism of Aristophanes with his comic discourse; second, from the perspective of Plato with the idea of the female guardian in the