ResumoComparações de tamanhos relativos em espaços representados pictoricamente foram investigadas sob influência de informações de profundidade. Quarenta participantes ajustaram, pelo método das escadas, os tamanhos de retângulos brancos no campo visual superior para serem percebidos como iguais aos tamanhos de cartas de baralho apresentadas no campo visual inferior. Durante a apresentação dos estímulos, informações pictóricas de profundidade eram disponibilizadas no fundo da tela do computador e os participantes foram solicitados a tipificar a estratégia utilizada para julgar os tamanhos percebidos. A linha do horizonte e o gradiente de linhas de perspectiva favoreceram a superestimação dos tamanhos percebidos em cerca de 8% e 12%, respectivamente, e as comparações de tamanho foram coerentes com a constância de tamanho. Palavras-chave: Tamanho relativo; linha do horizonte; percepção visual; tamanho familiar; indícios pictóricos de profundidade.
AbstractComparisons of relative size in pictorial spaces under the influence of depth cues were investigated. Using the staircase method, 40 participants adjusted the sizes of blank cards presented in the upper visual field to the size of playing cards presented in the lower visual field. During the presentation of the stimuli, pictorial depth cues were displayed in the computer screen and participants were asked to typify the strategy used to judge the perceived sizes. The horizon and the perspective line gradient contributed to the overestimation of the perceived size of blank cards in about 8 and 12%, respectively, and size comparisons were coherent with the constancy of size. Keywords: Relative size, horizon, visual perception, familiar size, pictorial depth cues.A percepção visual do espaço tridimensional é determinada por diferentes tipos de informações ou indícios de profundidade (Gilliam, 1995). Os indícios musculares, por exemplo, fornecem informações de profundidade através dos processos de acomodação e convergência dos olhos. Os indícios binoculares de profundidade permitem que o observador extraia informações sobre a distância e o tamanho dos objetos em função da pequena diferença existente entre as imagens que chegam a cada um dos olhos. Os indí-cios monoculares de profundidade, por sua vez, apresentam um importante papel na apreensão do espaço tridimensional e são comumente utilizados nos processos de reconstrução da profundidade em fotografias, desenhos e representações pictóricas (Rock, 1985). Devido ao advento da construção de ambientes virtuais por técnicas de computação gráfica para simular espaços tridimensionais, torna-se importante compreender como as dimensões espaciais (tamanho e distância) dos objetos são determinadas nesses ambientes essencialmente pictóricos (Botella et al., 2004;Creem-Regehr, Willemsen, Gooch, & Thompson, 2005;Dixon, Wraga, Proffitt & Willians, 2000;Loomis & Blascovich, 1999; Loomis & Knaap, 2003).Atualmente, muitos trabalhos têm investigado em especial o papel de alguns dos indícios monoculares de profundidade, tal como a li...