“…A delinquência juvenil tem sido objeto de estudo desde há várias décadas, sendo extensa e sólida a investigação internacional nesta área (Braga & Gonçalves, 2013). O estado da arte portuguesa sobre o fenómeno da delinquência não assume as mesmas proporções, mas já é notório o investimento científico, existindo um número considerável de estudos que procuram explorar diferentes aspetos do comportamento delinquente: i) caracterizar a extensão dos comportamentos delinquentes e identificar as características daqueles que os praticam (e.g., Braga & Gonçalves, 2013;Carvalho, 2010;Gersão & Lisboa, 1994;Mendes & Carvalho, 2010); ii) analisar a relação entre certas dimensões do funcionamento (e.g., autoestima, narcisismo, traços psicopáticos, habilidades sociais) dos jovens com os comportamentos antissociais (e.g., Braga, Pechorro, Jesus, & Gonçalves, 2018;Pechorro, Marôco, Vieira, Oliveira, & Gonçalves, 2015;Sintra & Formiga, 2012); iii) analisar como as variáveis da família e do grupo de pares se associam a diferentes percursos de reincidência (e.g., Cunha, Soares, Veríssimo, & Matos, 2015) influência do funcionamento familiar no autocontrolo (e.g., Gomes & Gouveia-Pereira, 2014); iv) ou, ainda, os estudos que procuram dar voz aos/às jovens com percursos delinquentes na justiça de forma a melhor compreender as suas condutas delitivas (e.g., Conde & Teixeira, 2018;Duarte, 2013;Duarte & Carvalho, 2012;Matos, 2008).…”