RESUMOObjetivo: avaliar a relação entre sinais indicativos de disgrafia e desempenho acadêmico. Métodos: foram incluídas no estudo 25 crianças, matriculadas na 3ª. série do ensino fundamental de uma escola pública da Região Metropolitana de Campinas/SP, sem histórico de lesão cerebral e/ou défi-cit intelectual. Quanto à idade, 21 tinham nove anos e quatro tinham dez anos; 12 eram do sexo masculino. A avaliação foi realizada por meio da Escala de Disgrafia (Lorenzini, 1993) e do Teste de Desempenho Escolar (TDE) (Stein, 2003). Resultados: seis crianças apresentaram sinais indicativos de disgrafia. A maioria dos alunos teve desempenho acadêmico classificado como inferior em escrita (15/25) e em aritmética (10/25). As crianças com indícios de disgrafia (6/25) tiveram pior desempenho em escrita e aritmética no TDE, quando comparado às demais crianças, porém essa diferença não foi estatisticamente significativa. Conclusão: conclui-se que, neste grupo, não foi possível estabelecer a relação entre baixo desempenho acadêmico com escrita disgráfica, uma vez que tal dificuldade também foi identificada também entre as crianças consideradas não disgráficas. A boa caligrafia exige, entre outras coisas, controle motor fino, integração visuo-motora, planejamento motor, propriocepção, percepção visual, atenção sustentada e consciência sensorial dos dedos. Falhas podem resultar em caligrafia ilegí-vel e comprometer o desempenho acadêmico da criança 1 . Por essa razão, cresce o interesse em se investigar os aspectos relativos ao diagnóstico 2-9 e intervenção 10-12 de escolares que apresentam problemas com a habilidade de escrever de forma legível.
DESCRITORES:Embora os trabalhos produzidos em outras culturas contribuam enormemente para o entendimento do tema, deve-se ter claro que os mesmos refletem um tipo de realidade sócio-econômico-cultural totalmente distinta da nossa e, portanto, não se pode afirmar com segurança se os dados por eles obtidos são aplicáveis à nossa população. Nesse sentido, são plenamente justificáveis as pesquisas sobre a caligrafia e, principalmente, sobre os seus distúrbios, nas crianças brasileiras.
INTRODUÇÃONo Brasil, a literatura inerente ao desenvolvimento da leitura, da escrita e da matemática é farta, encontrando-se grande quantidade de trabalhos produzidos por diferentes áreas de conhecimento, tais como pedagogia, psicologia, fonoaudiologia, neurologia, entre outras.No entanto, em se tratando do desenvolvimento da caligrafia, o mesmo não acontece, já que são escassas as pesquisas nacionais voltadas para