Apresento pressupostos que fundamentam uma perspectiva complexa de formação de professores que ensinam matemática. A complexidade pertence aos estudos contemporâneos sobre cognição e desenvolvimento humano. Encontra ressonância na comunidade científica, envolvida com discussões inter e transdisciplinares, nos diferentes âmbitos formativos. Este artigo tem o objetivo de discutir questões relativas à formação de professores que ensinam matemática em uma perspectiva de complexidade, conforme postula Edgar Morin. De natureza analítica e reflexiva, tomo a ideia de conhecimento pertinente como âncora teórica e o pensamento complexo como linha matriz sob a qual analiso fragmentos de experiências formativas vividas por uma professora que ensina matemática na Educação Básica e fragmentos de experiências vividas por uma aluna adulta tentando aprender matemática. Ambas não têm vínculo entre si. Da primeira, analiso o reflexo, em seus alunos, de seu processo de formação. Da segunda, analiso o reflexo da ação de sua professora em seu processo de aprendizagem. Adoto a ideia do pensamento complexo como articulante e multidimensional, em que articular, relacionar e contextualizar são movimentos intrínsecos ao fazer docente. Como resultado, apresento indicativos de que a densidade da aprendizagem em matemática é vinculada a princípios didáticos, desenvolvidos pelos professores em seus processos formativos, que vão da prescrição pedagógica, em um extremo, à problematização de situações contextualizadas, porquanto pertinentes, em outro.