Formação Médica na UFSB: II. O Desafio da Profissionalização no Regime de Ciclos

Ensino da graduação em cenários da atenção primária: espaço para aprendizagem interprofissional

“…O cenário de prática dos serviços de APS em que a atividade de ensino se desenvolve representa um diferencial importante por oportunizar o contato com o SUS e a aproximação com realidades de vida distintas. A aprendizagem em pequenos grupos, nos cenários de prática envolvendo as pessoas e a comunidade, pode levar a melhores atitudes em relação à interação interprofissional e ao trabalho em equipe (Aguilar-da-Silva, Scapin e Batista, 2011;Almeida-Filho et al, 2015;Peduzzi, 2016;Ely e Toassi, 2018).…”

Inovações Curriculares Para Formação Em Saúde Inspiradas Na Obra De Anísio Teixeira

“…Alguns componentes do segundo ciclo são específicos da formação profissional, como por exemplo estágios curriculares na atenção primária em saúde, não podendo ser objeto de antecipação nas áreas de concentração (Figura 1). Após conclusão do BI-saúde, o estudante pode prosseguir para o curso de medicina, tendo que cursar no mínimo mais quatro anos de formação eminentemente prática, em equipes de aprendizagem ativa (Almeida-Filho et al, 2015). Caso não preencha os requisitos e critérios de progressão para sua escolha principal no segundo ciclo de formação, o aluno conclui seu curso de primeiro ciclo e receber o diploma de bacharel em saúde; também migrar para outras formações profissionais em saúde, com a vantagem de que as mudanças de percurso não acrescentam tempo à formação profissional porque muitos eixos, módulos e componentes são comuns, ou ainda se inscrever em processos seletivos para cursos de terceiro ciclo.…”

“…Durante todo o segundo ciclo do curso médico da UFSB, aqui tomado como exemplo, os alunos deverão frequentar oficinas de cuidado à saúde baseado em evidências, nas quais se estimulam uma análise crítica de artigos científicos e uma discussão aprofundada, com os docentes, da abrangência das novas publicações e sua aplicabilidade naquela comunidade e no cotidiano da prática médica (Almeida-Filho et al, 2015). Também devem ser cursados pelos estudantes, durante todo o segundo ciclo, quatro componentes optativos e quatro componentes livres, interagindo com os demais cursos da saúde.…”

“…Tais espaços devem ser criados por grupos de cursos, engajados em ações integradas em ambientes produtivos, dentro da própria instituição, em espaços educativos formais, informais e não formais ou em trabalhos de campo. Os espaços de diversidade são constituídos e ocupados por turmas de diversos cursos, grupos e períodos, engajadas em ações integrativas (Almeida-Filho et al, 2015). Nesse sistema, baseado numa estrutura de compartilhamento dos processos de ensino-aprendizagem, estudantes de diferentes turmas e coortes da LI formam equipes EAA, em que estudantes dos últimos quadrimestres são tutores de colegas do bloco intermediário que, por sua vez, cumprem o mesmo papel em relação a colegas do primeiro e do segundo quadrimestres do primeiro ano, que finalmente acolhem e orientam, em estágios rápidos, estudantes da área básica de ingresso que pretendem ingressar no curso.…”

O Bacharelado Interdisciplinar Em Saúde E Medicina: Uma Análise De Correspondência De Concepções Acerca De Atendimento Humanizado

“…Mas é a partir da década de 90 que essa discussão surge renovada pela necessidade de reorganizar a formação de graduação em medicina no país com a criação da Comissão Interinstitucional de Avaliação do Ensino Médico (CINAEM) e a publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) em 2001, revisadas em 2014 (Barros, 2014). No entanto, para além de pensar reformas nos cursos de medicina, existem modelos formativos que oferecem opção de formação superior diversificada e inovadora, propiciando a interlocução entre diversos campos do conhecimento (Veras, Coelho, Teixeira & Traverso-Yépez, 2018;Almeida Filho et al, 2015 (Feuerwerker, 2002).…”