Caros leitores, Esta edição da Revista Contracampo traz o segundo volume do dossiê sobre Mídia e Memória, com 11 artigos de pesquisadores de diversas instituições do país dedicados ao tema. Dentre os trabalhos há aproximações com perspectivas históricas, jornalísticas, publicitárias, cinematográficas e artísticas, demonstrando a pluralidade de campos que são atravessados pelos diferentes dispositivos midiáticos e distintas fundamentações teóricas sobre as noções de memória.Dando início ao dossiê a autora Letícia Matheus (UERJ) investiga, em "A imprensa dos subúrbios ", como certas ideias do que seria o subúrbio carioca foram construídas e narradas pelo jornalismo impresso naqueles anos. Em seguida, Lucia Santa Cruz (ESPM-RJ) problematiza, em "Os relevos da memória", como instituições jornalísticas como O Globo e O Estado de São Paulo podem, através de seus projetos memorialísticos, fomentar uma discussão sobre os próprios valores de atualidade e noticiabilidade do jornalismo, para além de funcionarem como marcadores de preservação e resgate histórico.Ainda no campo do jornalismo, mas passando para ambientes virtuais, Ana Paula Goulart Ribeiro e Rachel Bertol (UFRJ) vão propor, em "Memórias em disputa na cobertura do caso Snowden: A reinvenção da autoridade jornalística na era digital" que a contemporaneidade, a partir principalmente da potência memorialística tida como sem falhas das tecnologias da informação e comunicação, vai proporcionar um jogo de inversão dos valores do jornalismo moderno. Seguindo reflexões relevantes sobre o universo virtual, Maria Clara Aquino (Unisinos) traz uma análise de como a plataforma @BRnasRuas corrobora para uma 3 construção de memória coletiva sobre as manifestações de junho de 2013 no país.Adentrando o universo da ficção televisiva, Robéria Nascimento (UEPB) vai analisar a minissérie Tenda dos Milagres, baseada em obra de Jorge Amado, enquanto possibilidade de construção de uma memória social sobre pessoas negras, instigando reflexões sobre desigualdades raciais e preconceitos religiosos e étnicos.Voltando-nos para a publicidade, o artigo "Rememorado a Primeira Guerra Mundial: apropriações da memória coletiva pela publicidade britânica no ano do centenário ", de Gisela Castro e Vera Pasqualin (ESPM-SP) apresenta análise de duas peças publicitárias que provocam tensionamentos sobre memória individual, coletiva, afeto e consumo. Também relacionado às relações entre memória, consumo e publicidade, mas com tema, objeto e questões distintos, o artigo de Victor Gomes (UCB) e Renata Andreoni (PUC-RS) se utiliza da Análise do Discurso para compreender sentidos construídos por uma campanha de uma rede de supermercados, que enfatiza certos ideais de felicidade com base em memórias sociais.
Dando continuidade ao dossiê, os três artigos seguintes lidamcom o universo cinematográfico e suas relações com a memória.Em "Usos e instrumentalizações da memória em reaberturas de antigos cinemas: De Roma, um caso belga" Thalita Ferraz (ESPM-RJ) argumenta como a reativação de salas de exibição está ...