“…Vários autores têm desenvolvido trabalho sobre estes "novos independentes", trabalhadores freelancers, protagonistas de uma lógica de desenvolvimento de competências múltiplas, que os faz assumir simultaneamente papéis vários e complementares -o papel de músicos, produtores, designers e promotores -, gerando interseções entre vários subsetores artísticos e criativos, e também questionando fronteiras entre o profissional e o amador (Hennion, Maisonneuve, & Gomart, 2000). Esta ênfase assenta na revisitação por parte da teoria social de um dos valores centrais da subcultura punk -o ethos DIY (Dale, 2008;Guerra, 2017;Guerra & Quintela, 2016;Hein, 2012;McKay, 1998;Moran, 2010;Oliver, 2010), assente numa lógica de empowerment, na posse dos meios de produção pelos próprios músicos como uma alternativa aos circuitos de produção tradicionais e mainstream. Tal relaciona-se com a mobilização de competências DIY, resistência, realização, liberdade e ação coletiva como novos padrões de promoção da empregabilidade, permitindo gerir a incerteza dessa opção em termos de construção de uma trajetória profissional.…”