Este estudo visa suscitar questionamentos acerca da intrincada interseção entre a era da informação e as dificuldades enfrentadas por adolescentes em situação de vulnerabilidade social na construção de suas identidades de gênero. De maneira instrumental, descritiva e transversal, realizou-se uma análise qualitativa que parte de um questionário sociodemográfico aplicado a adolescentes de 11 a 21 anos em escolas públicas (n=761) na região metropolitana da capital do Rio Grande do Sul. Além das percepções da pesquisadora presente na coleta de dados, por meio de uma revisão narrativa, destacam-se as dificuldades enfrentadas por jovens em situação mais vulnerável ao tentarem se identificar em relação ao seu gênero. Abordamos também a distinção entre sexo e outras características específicas dos adolescentes que podem depender exclusivamente da rede pública de assistência para obter suporte. A comunidade escolar, membros da família e políticas públicas culturalmente sensíveis têm o potencial de reduzir a dificuldade de identificação do próprio gênero, e, consequentemente, atenuar possíveis sofrimentos relacionados ao machismo, misoginia, sexismo e outras dificuldades exploradas neste trabalho.