O objetivo do trabalho é apresentar as infâncias vividas no limiar do real e imaginário na tríplice fronteira amazônica. A finalidade do artigo é discorrer sobre as coisas de crianças, ou seja, suas brincadeiras e brinquedos como construções simbólicas na região de fronteira, que caracterizam o tempo das infâncias. Conta com a contribuição teórica e metodológica de autores como Benjamin (1984), Brougerè (1998), Bachelard (1998) e Corsaro (2002) na perspectiva de compreender a criança como sujeito social e produtora de cultura. A metodologia pautou-se na abordagem qualitativa, a partir da técnica de grupo focal, entrevistas, desenhos e observação participante no grupo de quinze crianças moradoras do bairro Santa Rosa, que liga as cidades gêmeas Tabatinga, Amazonas, Brasil e Letícia, Amazonas, Colômbia. Os resultados apontam para um repertório de práticas culturais das crianças de forma díspares, interações e produção de sentidos sobre o que dialogam e fazem, portanto, suas ações, a respeito de suas brincadeiras, jogos e seus brinquedos. Suas experiências espontâneas nas brincadeiras ocorrem em diferentes espaços e tempos de convivência autônoma, na rua, em frente à igreja, espaços ociosos da comunidade, nos igarapés, em locais privados e públicos da comunidade fronteiriça.