Gerencialismo e Performatividade na Gestão da Educação Brasileira

Abstract

O objetivo deste artigo é identificar os principais elementos que fundamentam o gerencialismo e a performatividade na gestão educacional brasileira e que instituem parâmetros regulatórios e a cultura do desempenho. A expansão da performatividade na educação brasileira, pautada na racionalidade financeira e na produtividade, introduz uma nova perspectiva no processo educacional, legitimando a competitividade e a padronização do ensino. O presente trabalho constitui-se num ensaio teórico que buscou sistematizar as principais características do gerencialismo e da performatividade e suas consequências na gestão da educação brasileira. A análise do tema nos permitiu concluir que o fluxo performático que vem se estabelecendo na educação brasileira, tem modificado a concepção de educação, na medida em que exige do professor um alto grau de produtividade e de responsabilização no processo educacional.

O Programa Ensino Integral (PEI) do estado de São Paulo: análise das produções acadêmicas

“…Muitas vezes, há dificuldades, inclusive metodológicas, de isolar o que é consequência da política e o que são aspectos anteriores a ela. Assim, nesse exercício de análise das produções acadêmicas, foi possível perceber que muitos resultados identificados como consequências do PEI, na realidade, são consequências de um cenário político--administrativo mais amplo e anterior ao próprio programa, conforme mostram estudos que analisam as políticas educacionais da rede estadual de ensino de São Paulo nas últimas décadas (NOVAES, 2009;RAMOS, 2016;PARENTE, 2016).…”

O papel do diretor das escolas públicas da rede municipal de Santo Amaro (BA)

“…Essa pesquisa compreende a administração ou gestão escolar, aqui tomadas como sinônimos, enquanto expressão do trabalho complexo e específico de natureza técnica e profissional, realizado no âmbito da escola; conjunto de práticas democraticamente referenciadas de propósito pedagógico, que buscam elaborar, acompanhar e efetivar estratégicas de ensino-aprendizagem, capazes de contribuir para a formação humanística, cultural, política e profissional de crianças, jovens e adultos que frequentam unidades escolares, para qual recursos de natureza econômica, tecnológica, política e cultural são direcionados equilibradamente de forma eficiente, eficaz, efetiva e relevante (PARO, CONCEIÇÃO, Sérgio Henrique; LEMOS, Hirlana Freitas de 1993; SILVA JÚNIOR, 1993;BARROSO, 1995;NOGUEIRA, 2002;TEIXEIRA, 2005;SANDER, 2007;CONCEIÇÃO, 2016, PARENTE, 2016.…”

20 anos de produção científica sobre o SARESP (1996-2016): reflexões acerca dos desdobramentos na prática docente e da privatização

“…Na esfera pública, o modelo administrativo gerencial traz em seu bojo a ênfase no controle dos processos através dos resultados cobrados posteriormente. A esse respeito, Parente (2016) explicitou que o gerencialismo inspira-se na administração empresarial, adotando-a como padrão referencial no contexto da administração pública, inclusive no tocante à gestão educacional, o que se evidencia com a utilização de conceitos, tais como: eficiência, eficácia, produtividade, desempenho e resultado. Ao incorporar estes conceitos, o governo insere na rede pública educacional concepções, lógicas e mecanismos do mundo corporativo empresarial, como a comparação do usuário do serviço público com o cliente de uma empresa.…”