Gestão por Avaliação de Desempenho: uma aplicação ao serviço de saúde da Marinha do Brasil

Abstract

As restrições do orçamento da Marinha do Brasil podem reduzir o volume de serviços de saúde prestados pelo Sistema de Saúde da Marinha, apesar de existir uma maior capacidade de resposta das novas tecnologias de assistência e de aumento do número de usuários contribuintes. Este artigo tem o objetivo de avaliar os hospitais navais da Marinha do Brasil no período 2000-2008 à luz dessas preocupações, com vistas a sugerir melhorias pró-eficiência no uso dos recursos produtivos do Sistema de Saúde da Marinha. Calculada uma fronteira de eficiência de sete hospitais navais com o auxílio da Análise Envoltória de Dados (Data Envelopment Analysis – DEA), os hospitais navais relativamente eficientes foram usados como benchmarks para calcular os planos de operação pró-eficiência dos demais. A hipótese markoviana foi utilizada na análise da transição dos hospitais navais entre os estados de eficiência e de ineficiência no longo prazo.

Influências Da Execução Orçamentária Na Gestão De Hospitais Militares

“…A construção de um sistema de saúde, no âmbito militar, apresenta profissionais e instalações próprias, assim está relacionada à imprescindível manutenção da higidez física da tropa e à limitação da delegação total do serviço hospitalar a terceiros, seja pelo custo ou pela necessidade de maior controle médico (JORGE et al, 2013). Dessa maneira, o sistema de saúde militar emprega diversos especialistas da saúde, assim como a utilização de insumos de cirurgias, consultas e exames, como produto (JORGE et al, 2013).…”

“…A limitação de recursos mencionada por Malik e Teles (2001) e Mills e Spencer (2005), também ocorre no meio militar e influencia a tomada de decisão quanto ao tratamento médico (JORGE et al, 2013;RAFAEL;LOPES, 2019). A título de exemplo, a depender dos custos e da complexidade da doença, a Marinha pode decidir em optar por translocar o paciente para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro, para a realização do tratamento clínico ou cirúrgico (JORGE et al, 2013).…”

“…Em face das limitações de recursos apresentadas, a mensuração da eficiência e da performance das unidades do sistema de saúde militar tem ganhado relevante importância (CARVALHO, 2007;JORGE et al, 2013). Tal avaliação se propõe a aperfeiçoar a alocação de recursos, além de revelar quais unidades são ineficientes e constatar os procedimentos que carecem de melhorias, o que incentiva uma prestação de serviço de profissionais com nível superior completo e consequentemente, com uma melhor eficácia (CARVALHO, 2007;JORGE et al, 2013).…”

“…Embora compartilhem dos princípios basilares da cultura militar, as 43 unidades de saúde sob gestão militar prestam serviços a cerca de 2,4 milhões de pessoas e estão dispostas em diversos contextos socioeconômicos ao longo do Brasil (JORGE et al, 2013). Esses diferentes ambientes exigem uma adoção de planos individuais, que também estejam integrados com os demais elementos do Sistema, a fim de racionalizar o trabalho e avaliar o desempenho de cada organização (JORGE et al, 2013). Para Jorge et al(2013) essa integração permite uma melhor alocação e gerenciamento de recursos, serviços e pacientes, evitando o aumento dos custos com a terceirização.…”

“…Esses diferentes ambientes exigem uma adoção de planos individuais, que também estejam integrados com os demais elementos do Sistema, a fim de racionalizar o trabalho e avaliar o desempenho de cada organização (JORGE et al, 2013). Para Jorge et al(2013) essa integração permite uma melhor alocação e gerenciamento de recursos, serviços e pacientes, evitando o aumento dos custos com a terceirização.…”