RESUMO A internacionalização da educação tem recebido diferentes definições e abordagens entre os países, instituições de ensino superior (IES) e demais agentes (KNIGHT, 2003; 2004). Alguns autores, entretanto, têm identificado certos "equívocos" (DE WIT, 2011) e "mitos" (KNIGHT, 2011) quanto às concepções que perpassam a ideia de internacionalização da educação, apontando possíveis riscos e consequências indesejáveis desse processo. Por essa razão, torna-se urgente discutir criticamente as diferentes definições que a internacionalização pode assumir (AZEVEDO, 2014), em especial as perspectivas dos sujeitos praticantes (CERTEAU, 2009) do currículo, objetivo principal deste estudo. A presente pesquisa buscou trazer as concepções de atores sociais do processo de internacionalização das IES, a saber, os servidores da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT), acerca do conceito de internacionalização, em diálogo com as concepções de estudiosos da área. Para tanto, um questionário semiestruturado foi aplicado a servidores da RFEPCT com diferentes cargos e funções, representando, na medida do possível, as cinco regiões geográficas do Brasil. O estudo também contou com uma revisão de literatura dos principais modelos teóricos desenvolvidos e do debate sobre o processo de internacionalização das IES a partir de uma base crítica. Os dados oriundos dos questionários foram analisados qualitativamente, e a discussão é apresentada em diálogo com os estudos sobre internacionalização.