Tomando toda a União Europeia (UE) como pano de fundo, o presente estudo discute a forma como um corpus de artigos de media em língua inglesa retrataram a crise e as políticas de austeridade que entre 2009 e 2016 afetaram a Polónia e Portugal, os países de origem dos autores. O corpus selecionado compreende 68 artigos de media de referência em língua inglesa, nomeadamente os jornais The Financial Times, The Guardian, The Wall Street Journal e a revista de economia, The Economist. O enquadramento teórico apoia-se nos conceitos bakhtinianos de polifonia e heteroglóssia, assim como na teoria da hegemonia de Gramsci. Assim, justapõe e interpreta as diferentes vozes e significados discordantes presentes nos discursos sobre a crise, relacionando-os com questões de poder e ideologia. A conclusão mostra que, apesar da diversidade retórica, se identificaram vozes comuns politicamente contingentes, as quais sustentam os discursos dominantes sobre a crise nestes dois países da União Europeia, geográfica e economicamente distantes entre si.
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