O artigo aborda a transformação do espaço das cozinhas e seu projeto, em apartamentos residenciais urbanos com dois e três dormitórios, lançados pelo mercado imobiliário em São Paulo no período de 2000 a 2015. São problematizadas duas principais tipologias de cozinhas presentes na produção imobiliária do período: o apartamento com cozinha aberta (integrada ao espaço social da sala de estar e à unidade residencial) e a tradicional cozinha fechada, A pesquisa de campo investigou percepções dos usuários sobre vantagens e desvantagens destas, e as estratégias de mercado para consolidar estas modalidades entre proprietários/usuários e difundir uma imagem de praticidade e modernização (associada ao tipo aberto). Apresentam-se resultados da aplicação de questionário aos moradores de apartamentos lançados no recorte temporal considerado, no qual foram investigadas as razões de escolha da tipologia de cozinha, aberta ou fechada, por parte dos usuários, bem como vantagens e desvantagens de seu uso, relacionando essa escolha aos hábitos e costumes relativos ao preparo dos alimentos. Como metodologia, discorre-se sobre o processo de transformação da cozinha nos projetos de apartamentos paulistanos, no contexto da verticalização de São Paulo de 1950 até os dias atuais; num segundo momento, projetos de apartamentos residenciais de 2000 a 2015 são analisados, quanto à distribuição dos equipamentos e sua disposição, em cozinhas abertas ou fechadas, e quanto à legislação e normas da construção civil. Finalizando, apresentam-se os resultados da aplicação do questionário, discutindo as possíveis razões da ascensão da demanda pela cozinha aberta relativamente à fechada.