O paracetamol é comercializado desde a década de 1950, sendo um medicamento de amplo acesso a população por não precisar de prescrição médica, ser de baixo custo e por ter ampla distribuição, além de apresentar de média analgesia, alta ação antipirética e baixa ação anti-inflamatória se comparados a outros medicamentos de mesma classe. Embora ele seja considerado seguro em doses terapêuticas, as superdoses podem cursar com lesão hepática grave. Nesse contexto, a presente revisão visa evidenciar os principais fatores que predispõem a hepatotoxicidade do paracetamol, bem como mostrar os seus mecanismos de hepatotoxicidade. Entende-se que o paracetamol é um dos medicamentos mais utilizados de maneira indiscriminada pela população mundial tendo como consequências elevados índices de automedicação. Dessa forma, esse fármaco em doses altas e repetidas exerce um papel tóxico ao organismo, como pode ser percebido por meio de experimentos in vitro, os quais atestaram o seu potencial de esgotamento de glutationa que incapacitam o organismo de realizar a desintoxicação. Diante disso, como o fígado é o principal órgão que metaboliza o paracetamol, a superdosagem de tal medicamento acarreta lesões hepáticas de três maneiras, tais como overdose, oxidação da CYP450 e depleção dos hepatócitos. Contudo, observa-se que a overdose é o fator de toxicidade mais comum devido ao envenenamento recorrente, uma vez que não exclui uma faixa etária específica, atingindo tanto crianças quanto idosos.