RESUMO -Contexto -Tem sido descrita correlação entre os níveis séricos de globulinas e o grau de fibrose hepática nas hepatites crônicas, mas não se encontram relatos na esquistossomose mansônica. Objetivo -Avaliar os níveis séricos de globulinas e de IgG, e a intensidade da fibrose periportal mensurada pela ultrassonografia em pacientes com esquistossomose mansônica.
INTRODUÇÃONa esquistossomose mansônica (EM), em sua forma hepatoesplênica (EHE), a hipertensão portal ocorre tanto em função da fibrose periportal (Symmers) como pelo hiperfluxo proveniente da veia esplênica em consequência da grande esplenomegalia (13,17,25) . Descreve-se correlação entre a intensidade da fibrose periportal e os níveis de pressão na veia porta (18) .A biopsia hepática, a ultrassonografia (US) e, mais recentemente, marcadores biológicos e a elastografia transhepática (FibroScan ® ) vêm sendo utilizados para mensurar a fibrose que se desenvolve nas doenças crônicas do fígado (8,15,20,22) . Na EM, a biopsia hepática em cunha, realizada a céu aberto, é o método mais acurado para a mensuração da fibrose periportal, mas implica na realização de laparotomia. Já a biopsia por agulha nem sempre representa o verdadeiro quadro histopatológico, visto que a fibrose, apesar de ser difusa, varia de intensidade no parênquima hepático (6) .A US, através da identificação do aumento do lobo hepático esquerdo e redução do direito, do espessamento periportal, além da comprovação da grande esplenomegalia, constitui importante ferramenta na propedêutica da EM (4,7,19) . Em 1990, convenção da OMS realizada no Cairo classificou em três graus a fibrose periportal na EM, e outra convenção em 1996, em Niamey, propôs nova classificação baseada em seis padrões de A a F, que auxiliam na avaliação da morbidade (27,28) . As duas classificações apresentam grande precisão, mas requerem equipamentos sofisticados e examinadores qualificados, inferindo a necessidade de que métodos mais simples sejam implementados.Sabe-se que as células hepáticas estreladas, também chamadas células de Ito, são as principais mediadoras da fibrose hepática e quando ativadas, se transformam em células proliferativas e contráteis, constituindo a essência da resposta fibrótica à agressão hepática (3,9) . Estas células são ativadas pelo fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), pelo fator de crescimento derivado das