RESUMOA doença de Chagas, descoberta por Carlos Chagas há mais de um século, ainda constitui um grave problema de Saúde Pública. É considerada doença extremamente negligenciada, uma vez que afeta particularmente as populações dos países em desenvolvimento. Os pacientes dessa doença são, em sua maioria, de baixa renda e, não representando mercado, ficam excluídos do escopo e dos esforços de Pesquisa e Desenvolvimento das Indústrias Farmacêuticas. Estima-se que entre 8 e 11 milhões de indivíduos estejam infectados pelo Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença, e em, aproximadamente, 100 milhões, a população em risco na América Latina. Considerando que o tratamento da doença de Chagas continua sendo um desafio, pois apenas dois fármacos nitro-heterocíclicos são comercializados no mundo: nifurtimox e benznidazol, sendo este último o único fármaco disponível no mercado brasileiro; no entanto, esses fármacos são ativos na fase aguda da doença e o tratamento é ineficaz em pacientes na fase crônica, portanto, é relevante o desenvolvimento de agentes antichagásicos eficazes, principalmente para a fase crônica da doença. Este trabalho aborda a importância da latenciação para o desenvolvimento de novos pró-fármacos. Diversas técnicas metodológicas vêm sendo descritas na literatura, permitindo avanços significativos no planejamento e desenvolvimento de novos agentes antichagásicos, com ênfase na busca de pró-fármacos que permitem o aprimoramento do fármaco matriz.