Considerado um problema de saúde pública pela crescente prevalência, o suicídio é uma das maiores causas de mortalidade no mundo, especialmente entre jovens. Anualmente, um milhão de pessoas cometem suicídio. No Brasil, a análise do perfil epidemiológico do suicídio tem demonstrado crescimento nas últimas décadas. Entre os estados brasileiros com as maiores taxas estão Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Goiás. Fortaleza é a sétima capital em suicídios. Este artigo visa descrever os fatores de risco associados à ideação suicida entre pessoas com história de tentativas de suicídio atendidas em unidades públicas de saúde de Fortaleza, Ceará, Brasil. Trabalhou-se com amostra por conveniência com 360 vítimas, nos centros de atenção psicossocial geral, álcool/drogas e infantil; adolescente, Instituto Doutor José Frota e Projeto Apoio à Vida da Universidade Federal do Ceará. A abordagem foi quantitativa com utilização de um questionário com perguntas estruturadas e escala de ideação suicida de Beck. Na análise estatística, usou-se como desfecho presença de ideação suicida, associado às variáveis independentes. Na análise multivariada mantiveram significância estatística: sentir-se rejeitado, RC = 1,99 (IC95%:1,21-2,57), p = 0,006; não seguir recomendações religiosas, RC = 1,82 (IC95%:1,10-3,0), p = 0,019; fazer tratamento para o problema de saúde, RC = 2,43 (IC95%:1,41-4,19), p = 0,001; e presença de depressão, RC = 1,096 (IC95%:1,07-1,12), p = 0,001. Necessariamente, novos estudos devem melhor explorar os resultados ora relatados e assim contribuir com ações e planejamento para a saúde mental de Fortaleza.
Palavras-chave: Fatores de risco. Ideação suicida. Tentativa de suicídio. Depressão. Saúde mental.