Iniciada em dezembro de 2019 e declarada pandemia em março de 2020, a COVID-19, que, até o presente momento, contabiliza mais de 307 milhões de casos e cerca de 5,5 milhões de mortes notificadas em todo o mundo, gerou uma busca desenfreada por tratamentos e profilaxias, acarretando em um aumento considerável na utilização de diversos tratamentos que não apresentam eficácia cientificamente comprovada, como o chamado 'Kit COVID', que associou medicamentos como a hidroxicloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina, entre outros, e que é, muitas vezes, incentivado erroneamente pela comunidade médica como medida profilática ou tratamento em casos de pacientes positivos para COVID-19. Essa prática, tem gerado grande preocupação, principalmente pelo aumento exponencial do uso dos antimicrobianos de forma desnecessária, que pode gerar consequências graves, não só ao paciente, mas também para o futuro da humanidade, já que além de outras complicações, pode incrementar o problema da resistência bacteriana. Portanto, este trabalho tem como objetivo destacar os diversos prejuízos referentes ao uso indiscriminado de antimicrobianos durante a pandemia de COVID-19, listando os fármacos mais utilizados na prática clínica e sua correlação com uma possível crise futura na saúde pública mundial, uma vez que, ainda que possam contribuir para salvar milhões de vidas no cenário atual, quando usados para tratar infecções bacterianas concomitantes, seu uso desenfreado pode ser responsável por muitas mortes, oriundas de complicações graves, como a hepatite medicamentosa, ou até mesmo gerar futuramente