Incidência e características endoscópicas de lesões das vias aéreas associadas à intubação traqueal em crianças

Abstract

RESUMO -OBJETIVO. Descrever a incidência e características endoscópicas de lesões das vias aéreas em crianças submetidas à intubação.MÉTODOS. Durante o período de dois anos (outubro/99 a outubro/01) foi conduzido estudo prospectivo no qual todo paciente intubado, excetuando-se aqueles que evoluíram para óbito e recém-nascidos (RN) com peso inferior a 1.250g, foi submetido à endoscopia respiratória na extubação. Achados endoscópicos foram classificados em leves, moderados ou graves. Descrições foram realizadas por meio de proporções e medianas, comparações feitas por teste qui-quadrado para proporções.RESULTADOS INTRODUÇÃOLesões de via aérea secundárias a trauma decorrente da intubação começaram a ser descritas à medida que o procedimento passou a ser realizado com maior freqüência, particularmente com a popularização desse método como alternativa ou predecessor da traqueotomia, e conseqüentemente para suporte prolongado da via aérea, no início dos anos 50 1 . Os relatos iniciais se limitavam a estudos de autópsia que descreveram diferentes tipos de lesões como ulceração e necrose de cartilagem da traquéia, edema na laringe e traquéia em adultos 2 . Perda completa ou focal do epitélio foi detectada na mucosa que recobre os processos vocais e região posterior da cricóide após intubação por apenas 1 a 3 horas; ulceração em processos vocais e subglote após 12 a 48 horas de intubação e úlceras profundas e acometimento de cartilagem (pericondrite, necrose e exposição) após 48 horas de permanência do tubo na via aérea em adultos 3 . Estudos em crianças mostraram resultados similares. Striker et al. reportaram os achados de autópsia em 32 crianças submetidas à intubação traqueal e descreveram edema em laringe (50,0% das autópsias) e traquéia (53,1%), ulceração na laringe (28,1%) e traquéia (34,4%) e erosão em laringe (12,5%) e traquéia (25%) 4 .O mecanismo fisiopatológico primário da lesão decorrente da permanência do tubo na via aérea envolve a pressão exercida na mucosa pelo tubo 5,6 . O mesmo se apóia e exerce uma pressão na porção posterior da laringe afetando três sítios principais: a superfície medial das cartilagens aritenóides, aspectos mediais das junções cricoaritenóides e processo vocal; a comissura posterior na região interaritenóide e a subglote envolvendo a superfície interna da cartilagem cricóide geralmente a lâmina posterior. Devido à natureza tangencial do contato entre o tubo e a laringe a área de contato é pequena. Uma vez que quanto menor a área sobre a qual uma força é aplicada maior será a pressão resultante (pressão = força/área), altas pressões podem resultar de forças relativamente pequenas 5 . A pressão exercida pelas paredes firmes do tubo superou largamente a pressão de perfusão da mucosa, estimada em 30mmHg e alcançou 400mmHg em modelo animal 7 , dando início a um processo inflamatório local 6 . A resolução desse processo pode acarretar graves seqüelas na via aérea tais como estenose, sinéquias, formação de granulomas, entre outras.Estudos baseados em avaliação endoscópica das lesões de vi...

Análise das pressões intracuff em pacientes em terapia intensiva

“…Estas normalmente apresentam um balonete, denominado cuff 2,4,5 , em sua extremidade inferior, com o objetivo de garantir a ventilação pulmonar adequada sem permitir escape aéreo 2,3,7,8,[10][11][12][13][14][15][16] , e evitar a aspiração de conteúdo orofaríngeo e gastroesofágico para os pulmões, 2,3,8,[10][11][12][13][16][17][18][19] uma causa comum de pneumonia. 2,10,12,13,16,17,20,21 A pressão intracuff transmitida para a traquéia é lesiva 3,5,11,13,14 , principalmente quando o ajuste é feito de forma inadequada, além dos valores considerados seguros, podendo ocorrer lesões ainda mais importantes na parede da traquéia justaposta ao cuff [2][3][4][5]11,13,14,[16][17][18][19]22 . É recomendado que a insuflação do cuff seja feita...…”

Pressão do cuff em pacientes em ventilação mecânica – relação com a mudança de decúbito

“…Sendo assim, Artigo originAl a gravidade do processo é proporcional à duração da entubação 24 . No entanto, as consequências da restrição prolongada no leito oriundo das mais diversas patologias que acometem os pacientes que necessitam de cuidados de terapia intensiva requerem que haja uma equipe altamente treinada e especializada de Médicos, Enfermeiros e Fisioterapeutas para que venha propiciarem as devidas mudanças de decúbito e a mobilização destes pacientes acamados, a fim de evitar lesões cutâneas e ulceras de pressão 15 , além do desmame rápido, pois estudos apontam que pacientes com 12 a 48 horas com tubo em contato com a mucosa já podem desenvolver lesões 32 . Assim, isto reforça a importância do treinamento das equipes de profissionais das UTIs, bem como a implantação de rotina para a verificação do cuff todas as vezes que o paciente for mobilizado, de forma a trazer benefícios a sua saúde.…”

Measurement reliability of endotracheal tubes cuff pressure between industrial and handmade devices

“…An artificial airway consists of a tube, or tracheal cannula provided with an inflatable cuff (1)(2)(3)(4) , at the bottom end which in turn is connected to a balloon pilot, equipped with a spring tensioned valve and a connector that allows inflation and deflation (5) . The cuff has the function to ensure the proper pulmonary ventilation without allowing air leakage (3,(6)(7)(8) , and prevent aspiration of oropharyngeal and gastroesophageal contents into the lungs (3,(6)(7)(8)(9)(10) .…”

“…According to Scanlan and Simmons (14) , these injuries are attributed to the fact that the artificial airway does not have the exact shape of the patient's anatomy, causing high pressure on the tissue, since the tracheal mucosa has an infusion pressure between 30 to 40 mmHg (4) , and when higher pressures are enforced to the tracheal structures, we have as results (11,14) : tissue ischemia, ciliary loss, bleeding, ulceration, tracheomalacia (softening of the tracheal cartilage), subglottic stenosis, and tracheoesophageal fistula (3,10,15) . In this sense, Peña et al (3) argue that this pressure keep between 25 to 34 cmH 2 O with a minimum limit of 20 cmH 2 O to prevent air leakage and bronchoaspiration.…”