Staphylococcus aureus é uma bactéria Gram-positiva oportunista pertencente a microbiota humana e coloniza 2 bilhões de pessoas no mundo. Quando esse micro-organismo quebra a barreira epitelial, pode gerar uma infecção e, para tratar, é imprescindível o uso de antibióticos. Porém, ao passar dos anos, devido ao uso indiscriminado de antimicrobianos, as bactérias vêm criando maiores resistências. A resistência à meticilina por Staphylococcus aureus tem gerado problemas significativos por ser uma das principais bactérias responsáveis pelas infecções relacionadas à assistência à saúde. Essas infecções causam 700 mil mortes por ano podendo contabilizar 10 milhões de óbitos até 2050. Essas infecções são causadas pela falta de higienização dos hospitais, dos equipamentos e das mãos dos profissionais da saúde, já que estão em constante exposição a bactérias multirresistentes e, por isso, são potenciais vetores. É necessário ser feito estudos que mapeiam esses patógenos, investigando a sensibilidade e resistência aos antibióticos, para criar protocolos de saúde adequados visando reduzir o período de tratamento, número de óbitos, custos na assistência à saúde e dessobrecarregar os funcionários da saúde. O objetivo é analisar e comparar a colonização de Staphylococcus aureus sensíveis e resistentes à meticilina dividindo os participantes em dois grupos, expostos e não expostos a ambientes de assistência à saúde. Foram analisados 84 estudantes da saúde sendo divididos, igualitariamente, em dois grupos: alunos expostos a ambientes laboratoriais, clínicos e hospitalares e não expostos. Dentre os estudantes que não tiveram contato, percebemos uma maior quantidade de alunos que são sensíveis à meticilina: 28; como esperávamos, os resistentes à meticilina tiveram um índice menor de 13 alunos; e, apenas 1 não teve crescimento do Staphylococcus aureus. As prevalências foram: sensíveis 3 a cada 10 pessoas, resistentes 6,6 a cada 10 pessoas e os sem crescimento bacteriano 2 a cada 100 pessoas. Já dentre os expostos, observamos uma diferença significativa quando comparado com o anterior. Os números de sensíveis reduziram para 20 alunos e os resistentes aumentaram para 21 alunos. Sem crescimento bacteriano manteve-se em 1 aluno. As prevalências foram de 4,8 a cada 10 pessoas para sensíveis, 5 a cada 10 pessoas para resistentes e 2 a cada 100 pessoas para sem crescimento bacteriano. Esses dados comprovam como o ambiente hospitalar, clínico e laboratorial tornam estudantes da saúde mais suscetíveis a portarem o Staphylococcus aureus resistente à meticilina. Além de que, quanto mais tempo de formação do aluno, maior a exposição a esses ambientes e, consequentemente, maior a troca de patógenos entre doentes e profissionais da saúde. Há também a resistência à meticilina na comunidade, o que justifica ter alunos resistentes no grupo de não expostos. Tivemos dois alunos sem crescimento de Staphylococcus aureus. Isso ocorre porque, na comunidade, 60% de pessoas não são colonizadas. Consideramos dessa pesquisa que a maior exposição a ambientes de assistência à saúde possibilita uma maior chance de portar Staphylococcus aureus resistente à meticilina e nos fez questionar se os estudantes da saúde são mais suscetíveis a ter colonização por esse patógeno, já que 97,6% dos participantes obtiveram.