O consumo de alimentos de origem vegetal é incentivado por profissionais de saúde e agências governamentais, devido as suas propriedades nutricionais e funcionais, como elevado teor de fibras, vitaminas e minerais. Entretanto, surtos alimentares resultantes do consumo de vegetais crus, como hortaliças e brotos, têm sido registrados em todo o mundo. A demanda dos consumidores por alimentos seguros e por meios de produção sustentáveis tem ampliado o espaço da produção orgânica no mercado global. Embora o sistema de produção orgânica seja mais sustentável e os alimentos orgânicos sejam considerados mais saudáveis, quando comparados aos produzidos pela agricultura convencional, eles não são necessariamente mais seguros do ponto de vista microbiológico. Tendo em vista as práticas relacionadas à agricultura orgânica, principalmente o uso de fertilizantes a base de esterco compostado em substituição aos fertilizantes sintéticos, o risco de contaminação microbiológica de hortaliças, durante a sua produção, o controle microbiológico das hortaliças orgânicas é essencial a fim de se garantir a sua qualidade e evitar surtos de DTAs (Doenças Transmitidas por Alimentos). Apesar dos vírus serem os seus agentes mais comuns, as bactérias representam os casos mais graves, podendo levar a hospitalizações e mortes. Dentre os grupos bacterianos mais frequentemente associadoas a DTAs pode-se destacar duas espécies bacterianas pertencentes à família Enterobacteriacea, Escherichia coli e Salmonella spp., além de Staphylococcus e Listeria monocytogenes.