Fenômenos geodinâmicos e de deformação crustal alteram as posições de pontos na superfície terrestre. Alguns destes, como a carga hidrológica (water storage e hidrological load), tem expressividade em regiões específicas, como a Amazônica, consistindo-se como uma característica local. Seu efeito se manifesta como deformações viscoelásticas temporais na superfície terrestre e não são considerados na modelagem do PPP (Posicionamento por Ponto Preciso). Nesse sentido, o presente trabalho objetiva investigar a influência da carga hidrológica no deslocamento de nove estações da RBMC (AMBC, AMCO, AMHA, AMMU, AMTE, AMUA, ITAM, NAUS e PAIT) situadas na Bacia Amazônica, utilizando séries temporais posicionais geradas no IBGE-PPP. As séries de componentes verticais (Δu) apresentaram maiores amplitudes, quando comparadas às séries de componentes norte (Δn) e este (Δe). A estação NAUS apresentou maior amplitude média para série Δu (0,073 m) e amplitude máxima em 2012 (0,084 m), justificável pela maior cheia histórica. As séries Δn apresentaram resultados similares à série Δu, porém com amplitudes menores. A estação NAUS obteve amplitude máxima (0,023 m) em 2012 e 2015 para série Δn, justificável pelas cheias, e amplitude média de 0,020 m. Em relação às séries Δe, maior amplitude média (0,016 m) foi obtida por AMBC. Comprovado o efeito da carga hidrológica nas componentes posicionais, comparou-se as velocidades derivadas das séries e do VEMOS2009, em que Vn, Ve e Vu apresentaram discrepâncias variando entre -0,0001 e 0,0014 m; -0,0021 e 0,0017; e -0,0027 e 0,0084 respectivamente.