Objetivo: Este artigo verifica a relação entre inovação e resiliência econômica regional, em uma economia emergente.
Método: Esta é uma pesquisa quantitativa e descritiva, que utiliza uma regressão logística a partir de indicadores socioeconômicos dos 101 municípios brasileiros mais populosos e considera a resiliência regional por meio de dados de emprego.
Originalidade/Relevância: Embora a inovação tenha sido identificada como uma fonte de resiliência econômica regional, o contexto das economias emergentes tem sido frequentemente negligenciado, resultando em uma visão estrita dessa relação.
Resultados: Os achados mostram que a inovação não atuou como variável de classificação para regiões (não‑)resilientes. Municípios caracterizados por maior proximidade de portos, maior quantidade per capita de acesso à internet e pela existência de parques tecnológicos apresentaram menor resiliência durante a pandemia de COVID-19 quando comparadas ao desempenho médio nacional, o que se mostra contraintuitivo. Além disso, foi encontrada relação positiva entre menor carga tributária e resiliência regional.
Contribuição teórica: A exploração empírica realizada ajuda a compreender os efeitos específicos de uma crise como a gerada pela pandemia em uma economia emergente. Os achados também indicam que a inovação não seja condição suficiente para a resiliência das regiões no curto prazo.
Contribuições práticas: O artigo aponta para a necessidade de fortalecer as capacidades de inovação em regiões de uma economia emergente, que, se subdesenvolvidas, são incapazes de atuar como um sistema imunitário diante de um choque pandêmico.