Introdução: Estudos que analisam fatores associados à (in)segurança alimentar e nutricional são imprescindíveis para o planejamento de ações e políticas públicas de promoção da saúde. Objetivo: Avaliar a disponibilidade domiciliar de alimentos de acordo com a classificação NOVA e sua associação com a situação de (in)segurança alimentar das famílias. Métodos: Estudo transversal realizado com 199 famílias residentes na microrregião do Bico do Papagaio, no estado do Tocantins. Foram analisados dados socioeconômicos e demográficos das famílias. A situação de insegurança alimentar foi avaliada a partir da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. Para o cálculo da disponibilidade energética diária no domicílio, seguiu-se a metodologia sugerida pela FAO, agrupada conforme o grau de processamento dos alimentos. Utilizou-se o teste qui-quadrado e teste de tendência linear para verificar a associação entre as variáveis. Resultados: No total, 69,9% da população apresentou algum grau de insegurança alimentar, e 43,2% não possuía disponibilidade calórica de alimentos suficiente. Observou-se que, conforme aumentava o grau de insegurança alimentar, reduzia-se o valor calórico disponível no domicílio, sendo que a maior contribuição calórica foi advinda dos alimentos in natura e/ou minimamente processados, seguida de ingredientes culinários, alimentos ultraprocessados e de alimentos processados, independentemente do grau de insegurança alimentar (p<0,05). Conclusão: Ressalta-se a importância de avaliar diferentes determinantes relacionados à (in)segurança alimentar nessa região, além de adotar políticas públicas que melhorem as condições de vida das famílias e implementem estratégias que incentivem a produção e consumo de alimentos regionais.