Interações medicamentosas potenciais em prescrições, contendo antimicrobianos de uso restrito, de pacientes internados em um hospital no interior da Bahia

Abstract

Modelo do estudo: Estudo quantitativo, de natureza descritiva, com delineamento transversal, realizado no ano de 2013. Objetivo: Realizar uma avaliação das interações medicamentosas potenciais (IMP), em prescrições médicas contendo antimicrobianos de uso restrito, de pacientes internados em um hospital no interior do estado da Bahia. Metodologia: A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a maio, empregando a análise documental, com acompanhamento prospectivo de prescrições contidas nos prontuários, para possibilitar a detecção das IMP. A ocorrência e a classificação das IMP foram verificadas através da base de dados MICROMEDEX® DrugReax System. Resultados: 50 pacientes participaram do estudo, sendo analisadas 797 prescrições médicas. Dentre o grupo dos antimicrobianos de uso restrito, a associação piperacilina + tazobactam foi a mais prescrita, estando presente em 33,0% das prescrições. Das prescrições utilizadas para análise das IMP, 357 (46,5%) apresentaram pelo menos uma IMP, sendo que destas, 7 (5,8%) envolviam antimicrobianos de uso restrito. Foram encontrados como fármacos envolvidos nas IMP: amitripitilina + linezolida (46,0%), piperacilina + warfarina (26,0%), entre outros. Do total de interações encontradas, 467 (31,9%) foram classificadas como sendo de gravidade moderada e documentação boa, 808 (53,5%) como interações de mecanismo de ação farmacocinético e 743 (50,8%) como interações de início de reação demorado. Conclusão: Foi realizada uma avaliação das IMP, em prescrições médicas contendo antimicrobianos de uso restrito, e a partir delas uma tabela de auxílio foi construída, criando subsídio para o uso racional de alguns antimicrobianos potencialmente envolvidos em interações medicamentosas.

Potential drug interactions and profile of antimicrobials prescribed for outpatient use in the interior of Bahia

“…Na prática clínica é comum a necessidade do uso de associações com mais de um medicamento, com fins de potencializar a eficácia terapêutica, reduzir os efeitos adversos dos agentes farmacológicos ou tratar diferentes sintomas e doenças. No entanto, sabe-se que os medicamentos podem interagir entre si quando são usados simultaneamente (Piedade et al, 2015;Araújo et al, 2020). O uso concomitante de cinco ou mais medicamentos é definido como polifarmácia, que é considerada como um fator de risco para o surgimento de interações medicamentosas (IM) e reações adversas, como por exemplo, no caso de alguns anti-inflamatórios que combinados a outros medicamentos podem causar irritação, úlcera gástrica, hemorragia e insuficiência renal (Leite, 2017;Neto, 2017, Silva, 2017.…”

“…Sua gravidade, prevalência, e possíveis consequências estão relacionadas a variáveis baseadas nas condições clínicas dos pacientes, como idade e presença de comorbidades, número de médicos que prescrevem as drogas, número de medicamentos prescritos e fase da doença (Araújo et al, 2020;Mehralian, 2019). As IM são classificadas como interação medicamentosa potencial (IMP), quando há possibilidade teórica da interação entre dois fármacos ou entre um fármaco e um nutriente, e real (IMR) quando a interação medicamentosa ocorre na prática com apresentação clínica dos efeitos da interação (Piedade et al, 2015;Santos, 2017).…”

“…As IM constituem um problema de saúde pública relevante, cerca de 68 a 70% das IMP identificadas demandam cuidados médicos, e aproximadamente 2% colocam em risco a vida do paciente, evidenciando o aumento dos gastos por conta do aumento no tempo de internação (Piedade et al, 2015).…”

Drug Interactions in Elderly People Making use of oral Anticoagulants and Hospitalized in a Cardiology Hospital / Interações Medicamentosas nos Idosos em uso de Anticoagulantes Orais Internados num Hospital Cardiológico

“…Interactions depend on several factors, such as the clinical condition of the patient and the amount of the drug and mechanism of action of the drugs. [7][8][9] Drug interactions can be further classified as follows: pharmacokinetics, pharmacodynamics, effect and pharmacy. 8,9 In hospitalized individuals, the occurrence of drug interactions is greater due to polytherapy.…”

“…[7][8][9] Drug interactions can be further classified as follows: pharmacokinetics, pharmacodynamics, effect and pharmacy. 8,9 In hospitalized individuals, the occurrence of drug interactions is greater due to polytherapy. 10 And, due to the current morbidity profile, over the years, an important increase in the use of anticoagulants for the prevention and treatment of thromboembolic events by cardiopathies, such as Atrial Fibrillation (AF); in Venous Thromboembolism (VTE) in the form of Deep Vein Thrombosis (DVT) or Pulmonary Thromboembolism (PTE); and in the use of heart valve prostheses.…”