“…Essa sensação de pertencimento foi relatada, de forma mais acentuada, no início do fenômeno (fevereiro a abril de 2020), com postagens em redes sociais, muitas vezes, envolvendo um preparo elaborado, almejando mostrar pertencer àquele contexto, àquele lugar cibernético e experiencial, e trazer de volta sensações semelhantes às de outrora (Skandalis, Banister, & Byrom, 2018;Skandalis, Byrom, & Banister, 2017). O sentimento de nostalgia também esteve presente, com composições que remetiam a experiências antes da pandemia e performances de artistas que já não se apresentavam e incentivavam a socialização, quando os entrevistados comentavam com amigos, reuniam família e relembravam o passado, o que evidencia a importância dos pares e da família para a prática do consumo musical desses praticantes (C. Derbaix & M. Derbaix, 2019;Meuleman, Lubbers, & Verkuyten, 2018), bem como da música enquanto reguladora do humor (Hollebeek et al, 2016;Schäfer et al, 2013). Porém, devido ao grande volume de lives musicais e à repetitividade, o caráter inédito e a experiência coletiva foram perdendo sua força: "se eu perdesse a live, na outra semana tinha outra" (E14).…”