O SARS-CoV-2 espalhou-se rapidamente pela China e logo recebeu atenção mundial, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar, em 30 de janeiro de 2020, a infecção pelo SARS-CoV-2 como emergência de saúde pública de interesse internacional. Trata-se de uma revisão de literatura que objetiva atualizar e ampliar as informações disponíveis acerca do SARS-CoV-2, abrangendo a resposta imune contra ele e a consequente formação da tempestade de citocinas. Em alguns indivíduos, a resposta exacerbada do sistema imunológico provoca a hiperestimulação de suas células de defesa, causando uma hiperinflamação em decorrência da tempestade de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, IL-1-β, IL-6, IL-12 e quimiocinas). Essa hiperinflamação caracteriza a fisiopatologia da COVID-19 grave que provoca alterações patológicas principalmente nos pulmões, sendo um fator preditor de gravidade da doença devido à forte associação com a falência de múltiplos órgãos, podendo levar à morte. A dosagem dos níveis séricos de IL-6 e IL-10 foram considerados preditores da gravidade da doença e pode ser usada para o diagnóstico de pacientes com maior risco de agravamento da doença. Conclui-se que elevações dos níveis séricos de citocinas pró-inflamatórias geralmente estão presentes na COVID-19 grave. Porém, mais estudos são necessários para estabelecer diferenças entre os pacientes com COVID-19 que desenvolvem reação inflamatória protetora e equilibrada daqueles que desenvolvem reação inflamatória exagerada, com consequente tempestade patológica de citocinas.