Intermediários e as novas configurações no tecido organizacional brasileiro: um estudo sobre as organizações sociais de saúde.

Abstract

IntroduçãoObservando-se a dinâmica organizacional a partir dos anos de 1990, é possível estabelecer conexões que elucidam o crescimento na atuação e a presença dos intermediários nos espaços sociais. Os processos de organização reconfiguram o controle das organizações, como resultado da crescente influência do campo financeiro nas formas de gestão e nos conteúdos gerenciais das empresas (Fligstein, 1990; Useem, 1993).O papel de intermediário na implantação de mudanças organizacionais, em um primeiro momento associado exclusivamente à figura do "consultor", foi gerado por tais reestruturações empresariais (Donadone, 2010a). Nesse contexto, as posições gerenciais passam a ser legitimadas não somente pelas disputas internas às empresas, mas também pela capacidade de adquirir e gerenciar capitais oriundos de investimentos em outros campos de poder (Bourdieu, 2000). Tal foi o caso no florescente mercado de consultoria (de ex-gerentes, inclusive) e de cursos de mba, bem como na aproximação do espaço acadêmico com respeito ao mundo empresarial, do que são exemplos emblemáticos as consultorias e as fundações universitárias.Os formatos e as possibilidades de desenvolvimento das carreiras gerenciais tornam-se convergentes com aqueles praticados nas empresas centrais do setor de consultoria, proporcionando uma realimentação da posição e do ideário das consultorias no tecido organizacional.

Tendências da mercantilização no SUS do estado de São Paulo: análise territorial dos gastos com convênios e contratos de gestão com Organizações Sociais

“…A despeito do intenso debate sobre os reais resultados da implementação de um modelo de organização pública não estatal destinado a absorver atividades publicizáveis 10,18, 19 , governos de diversos matizes ideológicos vêm adotando, em diferentes territórios e áreas de atuação, orientações gerais dos processos de reforma, dentro de uma dinâmica política que converge para o uso de instrumentos semelhantes para provisão de serviços públicos no contexto da Nova Gestão Pública. Governar de forma indireta aos instrumentos de gestão tem sido uma tendência mundial, e, no Brasil, essa adoção no nível estadual tem sido intensificada sobretudo no que concerne às políticas de saúde.…”

Gestão do trabalho de equipes da saúde da família

“…3 The review of the NBCP, published in 2017, when the reform of the State was being discussed, presented health management with new possibilities of professional bonds and, in particular, the forms of hiring personnel, which triggered a proliferation of transitional employment bonds in PHC. 4 However, even with the changes in the initial proposal, the NBCP is still the main guideline in the SUS for organizing the population's access to PHC and health services. 5 It should be noted that the changes that have occurred in the Brazilian PHC policy have signaled challenges for the conduct of health care.…”